Topo

Brasil restringe chegada de europeus e asiáticos por Covid-19

20/03/2020 00h30

Brasília, 20 Mar 2020 (AFP) - O governo federal determinou nesta quinta-feira que proibirá a partir da próxima segunda (23) a entrada de estrangeiros vindos da Europa, da Austrália e de alguns países asiáticos, como medida de saúde para impedir a disseminação do novo coronavírus.

A restrição será válida por 30 dias e inclui passageiros em voos da União Europeia (UE), Reino Unido, Islândia, Noruega, Suíça, além de China, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Malásia que não possuem residência ou uma justificativa de trabalho ou família para entrar no Brasil, segundo o decreto ministerial.

A assessoria do Ministério da Justiça, que divulgou a medida, não explicou por que a restrição não inclui os Estados Unidos, onde há mais de 10.000 casos confirmados e 153 mortes pela doença.

Os brasileiros nascidos ou naturalizados, assim como os estrangeiros com residência no Brasil, ou que vierem se encontrar com parentes brasileiros, continuarão autorizados a entrar.

Profissionais de organizações internacionais que realizam uma missão no país ou têm uma permissão do governo brasileiro também podem entrar.

Pela manhã, o governo proibiu estrangeiros da Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana Francesa, Guiana, Paraguai, Peru e Suriname de entrar no país por terra.

O texto indicava que o Uruguai será objeto de uma determinação subsequente.

Bolsonaro já havia anunciado na terça-feira o fechamento da fronteira com a Venezuela.

O Brasil, com mais de 210 milhões de habitantes, até agora confirmou seis mortes e 621 infecções por Covid-19.

O governo brasileiro tomou essas decisões depois que Argentina, Chile e Colômbia fecharam todas as suas fronteiras terrestres, marítimas e aéreas para evitar um grande impacto da pandemia.

O presidente Jair Bolsonaro considerou no início do mês que a crise mundial da saúde estava "superdimensionada" e disse em várias ocasiões que viu nele um cenário de "histeria" da imprensa.

Mas, sob pressão de líderes do Supremo Tribunal Federal e de empresários, o governo começou a tomar medidas mais fortes.

mel/js/dga/lca