Relatório acusa a China de esterilizar a população uigur
Pequim, 29 Jun 2020 (AFP) - Um estudo divulgado nesta segunda-feira (29) denuncia que a China realiza uma política de esterilização forçada entre as mulheres da comunidade uigur na região de Xinjiang (noroeste).
Nos dois grandes municípios da região, onde os uigures são a maioria, o número de nascimentos caiu drasticamente desde 2016, afirma o pesquisador alemão Adrian Zenz, que se baseou em documentos administrativos chineses e entrevistas com mulheres locais.
Algumas declaram que foram obrigadas a passar pela esterilização sob pena de serem enviadas para os campos. Outras tiveram que se submeter à implantação de um DIU - dispositivo intrauterino para controle da natalidade.
A China parece usar um controle de natalidade coercitivo em Xinjiang como parte de "uma estratégia abrangente de dominação etnorracial", escreve Zenz no trabalho publicado pela Jamestown Foundation.
Os uigures, principalmente muçulmanos que em sua maioria falam um idioma túrcico, relacionado ao turco, constituem um dos 56 grupos étnicos do país.
Representam um pouco menos da metade dos 25 milhões de pessoas que vivem em Xinjiang, um enorme território semidesértico que há muito tempo é afetado pela violência que Pequim atribui a separatistas e islamitas.
Organizações de defesa dos direitos humanos acusam a China de ter internado cerca de um milhão de muçulmanos no que chamam de campos de reeducação política.
Pequim nega esse número e fala de centros de treinamento profissional, destinados a ajudar a população a encontrar emprego e afastá-la do extremismo.
Questionado sobre o relatório, um porta-voz da diplomacia chinesa, Zhao Lijian, refutou as acusações, afirmando que "não têm fundamento" e que Xinjiang agora se encontra "estável e em harmonia".
A Jamestown Foundation, criada em 1984, afirma ter como objetivo "informar e estudar as autoridades políticas" e diz ter "contribuído diretamente para a queda do comunismo" na Europa e na antiga União Soviética.
tjx-sbr-ehl/at/af/mb/aa
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