"Fiquem em casa": europeus se confinam para conter pandemia
Ruas vazias, bares fechados, encontros de amigos adiados e trabalho remoto, se possível. A imagem se repete em diversos pontos da Europa, onde neste sábado (17) entraram em vigor medidas mais drásticas para pôr um freio ao descontrolado avanço do coronavírus.
As novas infecções aumentaram 44% esta semana no continente, mas diminuíram na América Latina, Oriente Médio e Ásia, de acordo com uma contagem da AFP.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a situação "muito preocupante" na Europa, que acumula mais de 248.000 mortes e mais de quase 7,2 milhões de casos.
Na França, o toque de recolher decretado pelo governo entre 21h e 6h entrou em vigor no sábado em várias regiões do país, incluindo Paris. No total, a medida afeta cerca de 20 milhões de pessoas.
Embora o governo e muitos médicos argumentem que uma ação é necessária agora porque os hospitais podem entrar em colapso novamente, muitos proprietários de restaurantes estão chateados com o golpe em seus negócios.
"Fechar às 21h não terá nenhum efeito (sobre o vírus). Eles não estão atacando da maneira certa", opinou Gerard, gerente de um restaurante em Toulouse (sul).
No Reino Unido, país com mais óbitos da Europa, com 43.400 mortes, metade da população da Inglaterra, ou seja, cerca de 28 milhões de pessoas, vive desde este sábado sob novas restrições.
Reuniões de familiares e amigos que não moram sob o mesmo teto são proibidas em Londres e outras partes da Inglaterra.
Na região de Lancashire (noroeste), que juntamente com Liverpool são as duas áreas em "alerta altíssimO", as restrições são ainda mais fortes.
"Esqueçam as viagens"
A Alemanha, onde 9.767 pessoas morreram desde o aparecimento do vírus, considerada um exemplo de gestão da pandemia, mas registrou 7.830 casos e 33 mortes em 24 horas, um número que não foi visto nem na primeira onda, embora atualmente mais testes sejam feitos.
"Esqueçam as viagens que não são necessárias, as celebrações que não são essenciais. Fique em casa sempre que possível", disse a chanceler alemã, Angela Merkel, a seus concidadãos neste sábado (17).
Na Itália, onde o limite simbólico de 10.000 novos casos em 24 horas foi ultrapassado na sexta-feira, a região norte da Lombardia, principal foco do surto, fechará seus bares e restaurantes a partir de sábado e suspenderá todos os eventos esportivos.
O Vaticano anunciou no sábado que um caso de coronavírus foi registrado na residência de Santa Marta, onde vive o Papa Francisco.
Na Bélgica, com uma das maiores taxas de mortalidade do mundo, com 89 mortes por 100 mil habitantes, cafés e restaurantes também fecharão a partir de segunda-feira por um mês e haverá toque de recolher noturno.
"Semana após semana, os números estão dobrando, aumentando implacavelmente", disse o primeiro-ministro Alexander De Croo.
Os ministros das Relações Exteriores Sophie Wilmès (Bélgica) e Alexander Schallenberg (Áustria) anunciaram no sábado que testaram positivo para o vírus.Na Grécia, há preocupações com a propagação de infecções em áreas rurais do norte.
Ao contrário dos países europeus, Israel se prepara para suspender algumas restrições no domingo. Já é possível circular fora de casa além de 1 km, para fazer uma visita respeitando o limite de menos de 10 pessoas dentro e 20 fora. Eles vão reabrir as creches para crianças, praias, parques e o Muro das Lamentações e a Esplanada das Mesquitas.
À espera de uma vacina
A pandemia do novo coronavírus causou pelo menos 1.105.691 mortes em todo mundo e quase 40 milhões de infecções.
Na América Latina e no Caribe, a região mais afetada do mundo, com 377.952 óbitos e quase 10,5 milhões de casos de contágio, o governo do México disse na sexta-feira que propôs aos Estados Unidos estender até 21 de novembro as restrições ao trânsito não essencial na fronteira comum para conter o coronavírus.
O México registra mais de 840.000 casos confirmados do coronavírus e 85.704 mortes, enquanto os Estados Unidos, o país com o maior número de vítimas fatais, tem 218.000 óbitos e 8 milhões de infecções.
Na sexta-feira, duas empresas americanas - Pfizer e Moderna - disseram que esperam solicitar aprovação emergencial para suas vacinas contra a covid-19 no final de novembro, uma boa notícia para os EUA, em um momento em que atravessa uma nova emergência de casos.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.