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Imunidade de rebanho é 'ridícula' e sem sentido, diz infectologista dos EUA

Anthony Fauci é infectologista e assessor da Casa Branca para o combate ao coronavírus - Reprodução/CNN
Anthony Fauci é infectologista e assessor da Casa Branca para o combate ao coronavírus Imagem: Reprodução/CNN

Do UOL, em São Paulo

15/10/2020 13h50Atualizada em 15/10/2020 14h05

O principal infectologista que assessora a Casa Branca no combate à pandemia do coronavírus, Anthiny Fauci, afirmou que a imunidade de rebanho, defendida por alguns grupos como solução para a crise, é "ridícula" e sem sentido.

"Se você arrancar as coisas e deixar a infecção livre, sem máscaras, aglomerações, não fará a menor diferença [para acabar com a covid-19]. É ridículo porque isso só vai trazer tanta gente doente que nós não vamos ter condições de dar atendimento", disse em entrevista à rede ABC.

A chamada imunidade de rebanho —ou de grupo— é quando o número de pessoas que desenvolveram anticorpos chega a um nível tão grande que a propagação da doença diminui.

"Se você falar com qualquer um que tenha experiência em epidemiologia e doenças infecciosas, ele vai dizer que isso é arriscado e você vai acabar com muito mais infecções de pessoas vulneráveis, o que levará a hospitalizações e mortes. Então, eu acho que nós temos de olhar as pessoas nos olhos e dizer que isso não tem sentido", afirmou.

Um manifesto chamado de A Declaração de Great Barrington defende que se alcance a imunidade de rebanho para o controle da pandemia, em vez de se manter medidas restritivas até uma vacinação em massa.

Ontem, um grupo de 80 cientistas criticou o manifesto em uma carta à revista "The Lancet" e classificou a imunidade de rebanho como uma "falácia perigosa".

Na segunda-feira (12), o chefe da OMS (Organização Mundial de Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que a imunidade de rebanho "é científica e eticamente problemática".