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EUA podem recomendar que alérgicos não tomem vacina da Pfizer contra covid-19, diz cientista

Pfizer e BioNTech conclui fase 3 da vacina e comprova 95% de eficácia - Getty Images
Pfizer e BioNTech conclui fase 3 da vacina e comprova 95% de eficácia Imagem: Getty Images

09/12/2020 20h47

Washington, 9 dez 2020 (AFP) - Se a FDA, agência de controle de alimentos e medicamentos dos EUA, decidir aprovar a vacina Pfizer-BioNTech contra a covid-19, provavelmente pedirá às pessoas com histórico conhecido de reações alérgicas graves que não a tomem, disse hoje um importante cientista do governo.

Moncef Slaoui, principal assessor do programa americano de desenvolvimento de tratamentos e vacinas para o coronavírus, declarou à imprensa: "Ao examinar os dados, pacientes ou indivíduos com histórico de reações alérgicas graves foram excluídos do ensaio clínico".

"Presumo - porque o FDA tomará essas decisões - que amanhã isso fará parte do que será levado em consideração e, como no Reino Unido, a expectativa seria [solicitar] que as pessoas com reações severas conhecidas não tomem a vacina até entendermos exatamente o que aconteceu aqui", afirmou.

Uma advertência semelhante ocorreu no Reino Unido, depois que dois profissionais de saúde sofreram reações alérgicas à vacina e precisaram de tratamento.

Tanto o Reino Unido quanto o Canadá já aprovaram o protocolo de duas doses da vacina em modo de emergência, e espera-se que os Estados Unidos façam o mesmo em questão de dias, depois que um painel consultivo da FDA se reunir na quinta-feira para discutir o assunto.

O FDA também deve pedir aos fornecedores de vacinas que fiquem atentos para determinar se as pessoas desenvolvem uma forma rara, mas temporária e não muito grave, de paralisia facial chamada paralisia de Bell. Os dados mostraram que quatro das cerca de 19 mil pessoas no estudo sofreram da doença.

De modo geral, Slaoui disse que ficou impressionado com os dados da vacina que constam nos documentos enviados ao FDA, sobretudo a forte proteção desenvolvida após a primeira dose, ainda que se mantenha a recomendação de tomar ambas as injeções, com 21 dias de intervalo.

Não se sabe exatamente quando a agência reguladora dos EUA vai emitir sua autorização de uso emergencial, mas o secretário de Saúde Alex Azar indicou que as autoridades têm em mente o início da próxima semana.

Os Estados Unidos esperam vacinar 20 milhões de pessoas ainda este mês. Os residentes de instituições de longa permanência e profissionais de saúde são a prioridade.