Irã recusa pedido dos EUA para voltar primeiro ao acordo nuclear
Teerã, 28 Jan 2021 (AFP) - O Irã desestimou, nesta quinta-feira (28), um pedido dos Estados Unidos para que volte primeiro a cumprir plenamente o acordo sobre seu programa nuclear, insistindo que só tomou "medidas corretivas" desde a retirada dos EUA.
O governo do novo presidente americano, Joe Biden, confirmou na quarta-feira sua vontade de voltar ao acordo, que está por um fio desde a decisão de seu antecessor, Donald Trump, de se retirar em 2018.
No entanto, o secretário de Estado, Antony Blinken, que fez o anúncio, disse que Washington só voltaria ao acordo assinado com as principais potências em 2015 quando o Irã retomasse seus compromissos.
O máximo diplomata iraniano, Mohammad Javad Zarif, desestimou essa exigência nesta quinta-feira.
"Revisão da realidade para @SecBlinken: Estados Unidos violou [o] PAIC", tuitou Zarif, referindo-se ao acordo pelo seu nome formal, o Plano de Ação Integral Conjunto.
Zarif disse que, além de sua retirada unilateral, Estados Unidos também impôs sanções que "bloquearam alimentos/medicamentos aos iranianos" e "castigaram a adesão" a uma resolução da ONU.
"Agora, quem deveria dar o primeiro passo? Nunca esqueçam do máximo fracasso de Trump", acrescentou o ministro das Relações Exteriores, que destacou que o Irã "acatou ao PAIC"" e só tomou "medidas corretivas previstas".
Trump retirou os Estados Unidos do PAIC e impôs sanções ao Irã em 2018, mantendo uma política de "máxima pressão" contra o país.
Um ano depois, o Irã respondeu suspendendo o cumprimento da maioria dos compromissos nucleares cruciais do acordo, no qual foi combinado um alívio econômico em troca de limitar seu programa nuclear.
Em 4 de janeiro, o Irã anunciou que havia intensificado seu processo de enriquecimento de urânio até alcançar 20% de pureza, muito acima do nível de 3,67% permitido pelo acordo, mas muito abaixo da quantidade necessária para fabricar uma bomba atômica.
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