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Maduro pede que seus militares 'limpem seus fuzis' diante de um grupo de comando criado na Colômbia

O presidente chavista também destacou que as denúncias sobre a presença de insurgentes no país caribenho são uma "repetição" - Yuri Cortez/AFP
O presidente chavista também destacou que as denúncias sobre a presença de insurgentes no país caribenho são uma 'repetição' Imagem: Yuri Cortez/AFP

17/02/2021 18h23

O presidente venezuelano Nicolás Maduro ordenou às Forças Armadas que limpassem os "canos dos fuzis" nesta quarta-feira (17), depois que a Colômbia anunciou um comando de elite para combater grupos insurgentes que, segundo o presidente Iván Duque, se refugiam na Venezuela.

"Disse às Forças Armadas que respondessem com força às declarações imprudentes de Iván Duque sobre a Venezuela, que as contestem e limpem os canos de nossos fuzis no plano que temos que responder se Iván Duque se atreve a violar a soberania da Venezuela", afirmou Maduro em uma entrevista coletiva com jornalistas internacionais.

"Se Iván Duque se atreve a tocar em um milímetro do território venezuelano, não enlouqueça, Iván Duque! Conheça seus limites e respeite a Venezuela", lançou Maduro, cujo mandato é desconhecido pelo governo Duque, que em vez reconhece o líder oposicionista Juan Guaidó.

O presidente chavista também destacou que as denúncias sobre a presença de insurgentes no país caribenho são uma "repetição" que busca desviar a atenção dos "graves problemas" do país vizinho.

As declarações de Maduro seguem o anúncio de um comando de elite para combater guerrilheiros dissidentes das FARC, rebeldes do ELN e narcotraficantes que será lançado em 26 de fevereiro e entrará em "operação plena" em maio.

"É claro que na Venezuela muitos deles estão protegidos porque o Cartel dos Sóis está ao lado de Nicolás Maduro, realizando operações de narcotráfico", ressaltou Duque em 8 de fevereiro.

Durante o anúncio, Duque não mencionou ações diretas ou encobertas em território venezuelano.

Dissidentes, ELN e gangues de narcotraficantes de origem paramilitar lutam atualmente pelas rotas de exportação de cocaína, mineração ilegal e extorsão na Colômbia, que atravessa a pior onda de violência desde o desarmamento das FARC.

A Venezuela rompeu relações com a Colômbia em fevereiro de 2019, depois que Duque reconheceu Guaidó como presidente interino daquele país.