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Brasil supera 250.000 mortes por covid, que já deixa 2,5 milhões de falecidos no mundo

25/02/2021 20h28

Bruxelas, 25 Fev 2021 (AFP) - O Brasil ultrapassou 250 mil mortes por covid-19 nesta quinta-feira (25), para um total de mais de 2,5 milhões de falecimentos no mundo, enquanto a corrida por vacinas continua e os Estados Unidos comemoram que seu programa de inoculação está "várias semanas à frente" do esperado, com 50 milhões de doses administradas desde 20 de janeiro.

Um ano após a notificação do primeiro caso, o Brasil é o segundo país com maior número de óbitos, 251.498, 1.541 registrados pelo Ministério da Saúde nas últimas 24 horas.

O país, que já ultrapassa 10,3 milhões de infecções, atravessa uma segunda onda desde novembro, em meio a um relaxamento do isolamento social (estimulado pelo próprio presidente Jair Bolsonaro) e uma incipiente campanha de vacinação que até agora atingiu menos de 3% da população.

Os Estados Unidos, que nesta semana alcançaram a triste marca de 500.000 óbitos, comemoraram estar "várias semanas" à frente do esperado em seu programa de imunização.

"Estou aqui hoje para dizer que estamos na metade do caminho, com 50 milhões de doses administradas em apenas 37 dias desde que assumi o cargo", comemorou nesta quinta-feira o presidente Joe Biden, que prometeu vacinar 100 milhões de pessoas em seus primeiros 100 dias de mandato.

O Equador anunciou que importará dois milhões de doses da vacina da farmacêutica chinesa Sinovac para ampliar seu plano de imunização, que começou em janeiro, enquanto a Bolívia começou a vacinar seus pacientes em risco, quase um mês após iniciar a imunizar os profissionais da saúde.

Honduras e Guatemala receberam cerca de 10.000 doses da vacina americana moderna contra covid-19 doada por Israel nesta quinta-feira.

Cuba, por sua vez, continua avançando em seus próprios projetos de vacinas. Soberana 2 e Abdala, dois dos quatro imunizantes em desenvolvimento na ilha, irão para a fase 3 dos testes clínicos em março após demonstrar "segurança e uma poderosa resposta imunológica", de acordo com autoridades científicas.

A cidadela inca de Machu Picchu, joia do turismo no Peru, vai reabrir na segunda-feira com 40% da capacidade, depois de ter sido fechada todo fevereiro devido ao aumento das infecções em meio à segunda onda que o país atravessa.

- Europa debate distribuição de vacinas -Com mais de 2,5 milhões de mortos entre mais de 112,6 milhões de contágios, o mundo deposita suas esperanças nas vacinas para deter a pandemia, apesar de a distribuição das doses tenha se revelado mais lenta do que o esperado.

Sua distribuição tardia tem sido fonte de descontentamento na UE e, nesta quinta-feira, os líderes europeus abordam o assunto durante uma cúpula, assim como os polêmicos fechamentos fronteiriços, adotados após o aparecimento de novas variantes ou a ideia de um "passaporte sanitário".

A UE pretende analisar "formas para acelerar a aprovação de vacinas, sua fabricação e sua distribuição", disse o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, segundo o porta-voz.

Apenas 4% da população da UE receberam pelo menos uma dose da vacina, segundo um balanço da AFP, e só 2% foram vacinados com duas doses.

Mesmo assim, os países europeus esperam que o fornecimento de doses das vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna aumente em abril, graças a um crescimento da produção dos dois laboratórios.

Além disso, o bloco, que se fixou como meta vacinar 70% da população adulta até meados de setembro, poderia aprovar em março a vacina da Johnson&Johnson.

- Eficácia comprovada -As recentes notícias sobre a eficácia das vacinas da Pfizer e da Johnson&Johnson e os avanços para criar um imunizante específico contra a variante detectada na África do Sul lançaram uma luz de esperança em um mundo esgotado da pandemia e das restrições para contê-la.

Um estudo publicado no prestigioso New England Journal of Medicine, baseado em dados de 1,2 milhão de pessoas em Israel, onde 52% da população recebeu pelo menos uma dose do imunizante, confirmou a eficácia da vacina da Pfizer em condições reais.

Segundo o estudo, a vacinação reduziu os casos sintomáticos de covid-19 em 94%, os casos graves da doença em 92% e as internações em 87%.

Também demonstrou que é eficaz contra a própria possibilidade de infecção e não apenas contra o desenvolvimento de sintomas.

Apesar do anúncio, a Pfizer/BioNTech estuda acrescentar uma terceira dose a seu regime de vacinas, assim como testar uma nova versão destinada à variante sul-africana do vírus.

O laboratório americano Moderna também anunciou que está preparado para fazer testes em humanos com uma vacina desenvolvida especificamente para esta variante.

As autoridades americanas confirmaram, ainda, que a vacina de dose única da Johnson&Johnson também é eficaz contra formas graves da covid-19, inclusive contra as variantes, segundo dados de testes clínicos.

A China, enquanto isso, somou duas novas vacinas a seu cardápio local, depois que o regulador de medicamentos deu seu aval aos imunizantes da CanSino Biologics e ao de uma unidade da Sinopharm.

No Reino Unido, o país mais atingido da Europa pela pandemia, com mais de 122.000 mortos, as autoridades sanitárias reduziram em um nível o alerta nacional, que até agora estava no quinto e máximo.

Apesar das boas notícias, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não para de reiterar seus apelos a não baixar a guarda e nesta quinta-feira advertiu que a chamada "covid longa" deve ser uma "prioridade clara" no mundo.

A "covid longa" faz com que os doentes apresentem sintomas como cansaço extremo, dificuldades respiratórias e problemas neurológicos e cardíacos às vezes muito graves durante meses e suas causas ainda são desconhecidas.

Os Estados Unidos também fizeram um apelo nesta quinta-feira aos países do G20 para aumentar a ajuda aos países pobres para melhorar o acesso às vacinas como forma de estimular a economia mundial.

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