BioNTech diz que quebra de patentes não aumenta produção de vacinas
A farmacêutica alemã BioNTech informou nesta quinta-feira (6) que a proteção de patentes das vacinas contra a covid-19 não limita a produção ou explica problemas de fornecimento em todo o mundo.
"As patentes não são o fator limitante para a produção ou fornecimento de nossa vacina. Não irão aumentar a produção global ou o fornecimento de doses a curto e médio prazo", disse o laboratório à AFP. A declaração sugere uma rejeição ao apelo dos Estados Unidos para liberar a proteção de patentes para vacinas.
"Se nenhum dos requisitos for atendido, a qualidade, segurança e eficácia da vacina não podem ser garantidas pelo fabricante ou pelo inventor. E isso pode colocar em risco a saúde dos vacinados", alerta a empresa.
Ressaltando os vários detalhes que podem comprometer a produção, a empresa alemã lembrou que se algumas das "raras e importantes matérias-primas" não forem utilizadas da melhor forma, menos vacinas serão produzidas.
"Os especialistas já apontaram que a instalação e validação de novos locais de produção geralmente leva um ano", acrescentou.
Além disso, a produção da vacina de RNA mensageiro, como a implementada pela BioNTech e pela americana Pfizer, "é um processo complexo desenvolvido ao longo de mais de uma década. Todas as etapas devem ser definidas e executadas com precisão", por uma "equipe experiente", completou.
A BioNTech, que estimava em 2021 a fabricação de até 2,5 bilhões de doses de sua vacina, agora afirma ter "capacidade" para produzir até 3 bilhões de doses neste ano e mais de 3 bilhões no próximo.
Na UE, duas fábricas, na Bélgica e na Alemanha, são as plataformas centrais para a fabricação de doses de RNA mensageiro.
O laboratório favorece a transferência de tecnologia e a concessão de licenças específicas para aumentar a produção de sua vacina, reiterou. E destacou que tem uma estreita colaboração com mais de 15 parceiros, incluindo Merck, Novartis Sanofi e Baxter.