Dois mortos e 20 feridos em tiroteio em Miami
Miami, 30 Mai 2021 (AFP) - Duas pessoas morreram e pelo menos 20 ficaram feridas neste domingo (30) quando três homens "atiraram indiscriminadamente" contra uma multidão" reunida em frente a uma casa de shows na região de Miami, no mais recente ataque a tiros em um ano em que as vendas de armas aumentaram nos Estados Unidos.
O tiroteio aconteceu durante a madrugada em um centro comercial de Miami Gardens, área com uma importante comunidade cubana de famílias da classe trabalhadora.
Angelica Green disse à imprensa que seu filho e seu sobrinho, ambos de 24 anos, estão entre os feridos. Os dois estão no hospital e o sobrinho, atingido por quatro tiros, se encontra em situação mais grave.
O filho de Green conseguiu falar com ela pouco depois do tiroteio. "Estava "frenético. Dizem que alguns caras saíram com capuzes e máscaras e simplesmente começaram a atirar contra a multidão", disse a mulher, que se referiu ao incidente como "muito assustador".
O local estava recebendo um evento e vários organizadores estavam do lado de fora do recinto, quando um veículo 4x4 se aproximou do local, informou a polícia em um comunicado.
"Três indivíduos saíram do veículo e começaram a atirar indiscriminadamente contra a multidão", completa a nota.
As três pessoas retornaram para o veículo e conseguiram fugir. As autoridades desconhecem a motivação do ataque.
Na rua, as autoidades colocaram uma dezena de pequenos cones amarelos marcando o local onde onde foram encontrados cartuchos de balas ou evidências.
Além dos dois mortos, pelo menos 20 pessoas foram hospitalizadas, uma delas em estado crítico, informou a polícia.
Em uma mensagem no Twitter, o chefe do departamento de polícia do condado de Miami-Dade, Alfredo "Freddy" Ramírez III, classificou o ato de "covarde".
"São assassinos a sangue frio que atiraram indiscriminadamente contra uma multidão e buscaremos justiça", destacou.
A polícia pediu ajuda da comunidade para identificar e deter os atiradores.
Entre os feridos estava a filha de 19 anos de Chad Harris.
"Minha filha acabou sendo baleada no meio disto", contou Harris à CBS News. "As palavras não podem expressar como me sinto agora. É um momento triste".
- 43.000 mortes por armas de fogo -A Flórida continua marcada pelo tiroteio de 2016 na discoteca Pulse de Orlando, quando um homem armado matou 49 pessoas, muitas delas cubano-americanas.
No último ano, os homicídios relacionados com armas de fogo aumentaram no país.
Os Estados Unidos têm uma longa e dolorosa história de violência com armas de fogo, com um número constante de tiroteios diários, assim como assassinatos que têm como alvos escolas, locais de trabalho e centros comerciais.
Na quarta-feira, um trabalhador do transporte público matou a tiros nove pessoas em uma estação ferroviária da Califórnia antes de cometer suicídio.
Em uma revista na casa do atirador - que foi incendiada pouco antes do ataque - foram encontradas 12 armas, cerca de 22.000 munições e supostas bombas incendiárias.
Nos últimos meses aconteceram ataques a tiros em Indianápolis, Califórnia, Colorado e Geórgia.
O presidente americano, Joe Biden, chamou no mês passado a violência com armas de fogo no país de "epidemia" e "vergonha internacional".
A pandemia de coronavírus provocou uma pausa na crescente espiral de violência, mas o período registrou um recorde de vendas de armas.
Em março do ano passado, o número de comprovantes semanais de antecedentes criminais de compradores de armas superou pela primeira vez um milhão, segundo o jornal The New York Times. E nesta primavera no hemisfério norte, a cifra chegou a 1,2 milhão em uma semana, com muitas vendas a proprietários que adquiriam sua primeira arma.
No ano passado aconteceram mais de 43.000 mortes relacionadas com armas nos Estados Unidos, incluindo suicídios, segundo o Gun Violence Archive.
O chefe de polícia de Miami, Art Acevedo, fez um apelo à ação: "Se não nos mobilizarmos plenamente como sociedade contra isto, a violência vai piorar", escreveu no Twitter.
bur-leg/lpt/gma/fp/mvv
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