Topo

Esse conteúdo é antigo

Fortes reações nos EUA à piada do legislador republicano sobre bater em Nancy Pelosi

01/08/2021 18h12

Washington, 1 Ago 2021 (AFP) - O chefe da bancada republicana na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, foi pressionado no domingo (1) à oferecer um pedido de desculpas ou renunciar depois de brincar que poderia bater com um martelo na porta-voz da Câmara, a democrata Nancy Pelosi.

Em um jantar para arrecadação de fundos no sábado à noite no Tennessee, McCarthy falou com otimismo sobre as perspectivas de seu partido retomar o controle da Câmara nas eleições de meio de mandato do ano que vem.

Em um momento, os participantes o presentearam com um martelo gigante, o que o levou a brincar que, com aquele instrumento em sua posse, ele teria dificuldade em resistir a bater em Pelosi.

"Quero que vejam Nancy Pelosi me entregar o martelo. Seria difícil não bater nela com isso", disse McCarthy, entre aplausos e risos da sala, de acordo com detalhes compartilhados por um repórter do The Washington Post e um jornalista local de Nashville que estiveram no evento.

Os comentários de McCarthy foram o último sinal da deterioração de suas relações com Pelosi, que na semana passada chamou seu homólogo republicano de "idiota" por se opor ao uso de máscaras para combater a pandemia da covid-19, que está ressurgindo no país.

Os democratas atacaram McCarthy no domingo.

O deputado Ted Lieu, da Califórnia, pediu ao republicano que se desculpasse ou renunciasse, apelo repetido pelo colega legislador da Califórnia, Eric Swalwell.

"A violência contra as mulheres não é uma piada", tuitou a deputada do Novo México Teresa Leger Fernandez. Sua indignação foi compartilhada por várias legisladoras.

"Ameaçar a violência política não é uma piada. Esses comentários são misóginos e perigosos", escreveu ele.

"Linguagens como essa levaram à violência e à morte no Capitólio dos EUA. @GOPLeader sabe que suas palavras têm peso", tuitou a deputada Debbie Dingell do Michigan.

Dingell parecia estar se referindo à linguagem feroz do então presidente Donald Trump em um discurso em 6 de janeiro para uma multidão que invadiu o Capitólio enquanto o Congresso certificava a vitória eleitoral de Joe Biden.

Pelosi foi um dos principais alvos dos manifestantes que devastaram o Capitólio, em uma ação que deixou cinco mortos.

dw-ec/st/dg/lda/ap