Greenpeace pede à UE para deter o desmatamento vinculado à borracha em Camarões
Yaoundé, Camarões, 9 Ago 2021 (AFP) - Dezenas de militantes do Greenpeace se reuniram nesta segunda-feira (9) em frente à representação da União Europeia (UE) em Yaoundé, manifestando-se contra o "apoio" desta instância à importação de borracha, considerando que esta atividade é uma fonte de desmatamento, informou a ONG ambientalista.
No sul de Camarões, cerca de 10.000 hectares de floresta tropical "foram arrasados" nesses últimos anos, no marco da exploração da borracha por parte de uma multinacional singapurense, Halcyon Agri, e sua filial de Camarões, Sudcam, informou em um comunicado.
Para o Greenpeace, esta atividade provoca o desmatamento e ameaça seriamente a reserva de Dja, declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
A exploração da borracha também obrigou o deslocamento de alguns povos indígenas, entre eles os pigmeus.
Esta manifestação em frente à delegação da UE em Yaoundé ocorre "enquanto a Comissão Europeia em Bruxelas está elaborando os artigos de uma nova lei sobre a importação de produtos básicos vinculados ao desmatamento e degradação florestal", explicou a ONG.
A borracha obtida por Sudcam "é processada e comercializada sem o menor escrúpulo em todos os mercados do mundo, incluindo os dos países da UE", afirmou o Greenpeace, que revelou que os bancos europeus financiam as plantações de Halcyon Agri. Concretamente, o Deutsche Bank concedeu à multinacional um empréstimo de 25 milhões de dólares em julho de 2020, de acordo com a ONG.
A floresta tropical da bacia do rio Congo, com 2 milhões de quilômetros quadrados, é a segunda maior do mundo, atrás da Amazônia.
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