Retiradas 'mais difíceis da história' avançam em Cabul
Cabul, 21 Ago 2021 (AFP) - A gigantesca operação de evacuação de Cabul, classificada pelo presidente americano Joe Biden como "uma das mais difíceis da história", mobiliza há uma semana aviões do mundo todo para retirar milhares de pessoas bloqueadas no aeroporto da capital afegã.
Cerca de 6.000 militares americanos fortemente armados controlam o aeroporto de Cabul, enquanto os talibãs patrulham as ruas em volta, impedindo que muitos afegãos cheguem ao congestionado aeroporto.
- Difícil acesso ao aeroporto -Os Estados Unidos, que previam evacuar mais de 30.000 pessoas entre cidadãos americanos e civis afegãos através de suas bases no Kuwait e Catar, já retiraram mais de 13.000 pessoas desde 14 de agosto.
Mas o presidente americano afirmou que não pode garantir "o resultado final" desta operação de evacuação, uma das "maiores e mais difíceis da história".
Embora milhares de pessoas já tenham conseguido sair, há acusações contra os talibãs por perseguirem afegãos que trabalharam para a Otan e por restringirem o acesso ao aeroporto.
- Resgatados no helicóptero -O exército dos EUA enviou três helicópteros para retirar 169 cidadãos de um hotel próximo ao aeroporto, informou o Pentágono nesta sexta-feira (21).
É a primeira vez que o exército americano sai do local seguro do aeroporto para ajudar as pessoas que querem fugir do país.
A Alemanha, que já conseguiu retirar 1.600 pessoas, prevê também enviar helicópteros para proteger as tarefas de evacuação ou para socorrer pessoas em "situações perigosas" ou lugares remotos.
- Catar sobrecarregado -O vai e vem de aviões militares americanos foi interrompido por quase sete horas na sexta-feira porque a base onde pousam os aviões militares no Catar estava lotada.
Os EUA organizaram a transferência de muitos evacuados para sua base militar em Ramstein, Alemanha, e as retiradas foram retomadas em Cabul na sexta-feira à noite. Além disso, Berlim deu sinal verde para que alguns sejam levados para a Alemanha, onde os EUA têm várias bases militares.
- Bebê resgatado por um soldado -Um vídeo publicado no Twitter na quinta-feira em que um homem aparece entre a multidão e entrega um bebê a um militar americano e este o leva sobre um muro coberto com arame farpado, viralizou nas redes sociais.
O porta-voz do Pentágono explicou que "um pai pediu aos militares que cuidassem do bebê porque ele estava doente". Então, o soldado "o levou para um hospital noruguês no aeroporto. Cuidaram do menino e o devolveram ao seu pai", afirmou.
- Retirada perigosa -Os talibãs estão na parte civil do aeroporto, perto das pistas e, embora ainda não tenham demonstrado nenhuma hostilidade, "têm certo número de armas que poderiam representar ameaças para nossos aviões", explica o coronel da Força Aérea e do espaço francês, Yannick Desbois, que controla a base aérea 104 nos Emirados, onde transitam as pessoas evacuadas pela França.
"É um aeroporto muito particular, em altitude, muito profundo, com muito calor", o que se junta à complexidade da operação. Também não é possível estacionar muitos aviões e "não existe a possibilidade de reabastecer" combustível.
- Países europeus mobilizados -A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, pediu neste sábado a todos os países, principalmente os europeus, para receberem refugiados e afirmou que os Estados-membros da União Europeia terão o apoio financeiro da Europa.
Mil afegãos foram evacuados para a Itália em cinco dias, ou estão prester a ser, disse neste sábado o ministro da Defesa. Desde junho, a Itália retirou cerca de 1.500 afegãos, segundo o ministério da Defesa.
O governo britânico informou ter conseguido retirar 1.615 pessoas, entre elas 402 afegãos.
Um quarto avião de repatriamento pousou na sexta-feira em Paris, com cem pessoas, em sua grande maioria afegãos. A França retirou cerca de 400 afegãos.
Além disso, uma nave militar pousou na sexta-feira perto de Madri com 110 afegãos. No total, a Espanha evacuou 158 afegãos do aeroporto de Cabul.
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