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Maduro enfrenta presidentes do Paraguai e Uruguai em cúpula internacional

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, durante a VI cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) que acontece na Cidade do México - Mexico"s Presidency/REUTERS
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, durante a VI cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) que acontece na Cidade do México Imagem: Mexico's Presidency/REUTERS

18/09/2021 14h58

México, 18 Set 2021 (AFP) - O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, protagonizou neste sábado (18) um confronto com seus pares do Paraguai e Uruguai, que questionaram sua legitimidade democrática durante a VI cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) que acontece na Cidade do México.

A Venezuela voltou a ser o ponto de conflito entre países da região, que se dividem entre o reconhecimento de Maduro ou do opositor Juan Guaidó como governante encarregado da outrora potência do petróleo.

"Digo ao presidente do Paraguai: decida você a data, o lugar e a hora para um debate sobre a democracia no Paraguai, na Venezuela e na América Latina! (...) Decida você, presidente Lacalle (do Uruguai), a data e o lugar!", expressou Maduro em seu discurso no plenário da Celac.

Momentos antes, o presiente paraguaio Mario Abdo Benítez alertou que seu governo não mudou de postura sobre a Venezuela, com quem rompeu relações após reconhecer Guaidó, quando este se autoproclamou presidente em 2019.

"Minha presença nesta cúpula em nenhum sentido ou circunstância representa um reconhecimento ao governo do senhor Nicolás Maduro. Não há nenhuma mudança de meu governo e creio é educado dizer isso frente a frente", afirmou em seu discurso.

Já o presidente uruguaio Luis Lacalle afirmou que participar da cúpula da Celac não significava ser "complacente" com países onde "não existe uma democracia plena (...), que usam o aparato repressivo para silenciar os protestos, enquanto prendem os opositores".

Com "voz tranquila, mas firme, devemos dizer com preocupação que vemos com gravidade o que acontece em Cuba, na Nicarágua e na Venezuela", destacou Lacalle aos seus colegas sobre as denúncias de violações dos direitos humanos nesses países.

Em sua resposta a esses questionamentos, Maduro convidou os países da região a testemunharem as eleições municipais que serão realizadas em 21 de novembro, nas quais a oposição participará depois de três anos de boicote eleitoral.

"Vamos! (...), vejam como o ditador Maduro convoca a eleição número 29 (...), toda a oposição se inscreveu. Bem-vindos e que ganhe quem tiver que ganhar", disse o líder socialista.

Guaidó é reconhecido como presidente interino por cinquenta países, liderados pelos Estados Unidos, embora Maduro mantenha o controle territorial e institucional com o apoio de militares e de Cuba, Rússia e China.

Durante a sessão da Celac, o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, saiu em defesa de Maduro e condenou mais uma vez as sanções econômicas dos Estados Unidos contra Caracas e Havana.