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Intérprete que ajudou a resgatar Biden em 2008 foge do Afeganistão

O presidente dos EUA, Joe Biden, a primeira-dama dos EUA Jill Biden, o secretário de Defesa dos EUA Lloyd Austin e outros oficiais em transferência digna dos restos mortais de um militar na Base Aérea de Dover em Dover, Delaware, em agosto deste ano - SAUL LOEB/AFP
O presidente dos EUA, Joe Biden, a primeira-dama dos EUA Jill Biden, o secretário de Defesa dos EUA Lloyd Austin e outros oficiais em transferência digna dos restos mortais de um militar na Base Aérea de Dover em Dover, Delaware, em agosto deste ano Imagem: SAUL LOEB/AFP

Washington

11/10/2021 15h23

Um intérprete afegão que ajudou a resgatar o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de uma tempestade de neve em 2008, fugiu do Afeganistão com sua família depois de se esconder dos talibãs durante semanas, confirmou o Departamento de Estado nesta segunda-feira (11).

Depois de cruzar o Paquistão por terra, Aman Khalili e sua família voaram em um avião do governo americano para Doha, Catar, onde os casos migratórios de milhares de refugiados afegãos são processados por funcionários americanos, disse um porta-voz do Departamento de Estado à AFP.

O jornal The Wall Street Journal informou anteriormente que Khalili, sua esposa e seus cinco filhos - que não conseguiram fugir na ponte aérea de emergência de agosto após a tomada do poder pelo Talibã - fugiram do país com a ajuda de grupos de afegãos-americanos e veteranos de guerra.

Em 2008, Khalili trabalhava como intérprete para as forças americanas, quando o então senador Biden e outros dois legisladores, Chuck Hagel e John Kerry, visitaram o Afeganistão.

Quando uma tempestade de neve obrigou seu helicóptero a pousar em uma área remota, Khalili se uniu a uma pequena Força Militar de Reação Rápida que se dirigiu, a partir da base aérea de Bagram, até as montanhas para resgatá-los.

Treze anos depois, Khalili não conseguiu processar sua solicitação para emigrar aos Estados Unidos a tempo de ser evacuado quando os talibãs tomaram o poder.

"Olá, senhor presidente: salve a mim e minha família", disse segundo o Journal no final de agosto, quando a ponte aérea de cerca de 120.000 pessoas que fugiam do país foi concluída. Em resposta, a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse que o governo o ajudaria.

"Vamos tirá-lo de lá. Honraremos seu serviço", comentou então. Assim que a ponte aérea foi concluída, Khalili e sua família se esconderam em uma casa de segurança em Cabul, com a ajuda de afegãos e veteranos americanos.

Quando não conseguiu embarcar em um voo de refugiados em Mazar-i-Sharif, em parte porque não possuíam passaporte afegão, Khalili e sua família viajaram por terra disfarçadamente durante dois dias até a fronteira com o Paquistão, que atravessaram em 5 de outubro.

O Journal informou que o Departamento de Estado acelera um plano para fornecer vistos especiais de imigração aos Estados Unidos para a família.