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12 países pedem para UE fazer muros em fronteiras; bloco recusa

Governos de 12 países-membros da União Europeia pediram a construção de um muro para proteger as fronteiras do fluxos migratório - Getty Images
Governos de 12 países-membros da União Europeia pediram a construção de um muro para proteger as fronteiras do fluxos migratório Imagem: Getty Images

08/10/2021 13h01Atualizada em 08/10/2021 14h09

Os governos de 12 países-membros da União Europeia pediram a criação de novos instrumentos para proteger as fronteiras externas do bloco contra fluxos migratórios, incluindo a construção de cercas e muros.

A solicitação é assinada pelos ministros do Interior de Áustria, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Estônia, Grécia, Hungria, Letônia, Lituânia, Polônia e República Tcheca e foi enviada tanto à Comissão Europeia, poder Executivo do bloco, quanto ao Conselho da UE, fórum de nível ministerial na união.

O objetivo dos 12 países é criar "novos instrumentos que permitam evitar, mais do que combater, as graves consequências dos sistemas migratórios e de refúgio sobrecarregados e com capacidade de acolhimento exaurida".

"Ao mesmo tempo, essas soluções europeias deveriam mirar a proteção do sistema comum de refúgio, reduzindo os fatores de atração [de migrantes e refugiados]", diz a carta.

O pedido chega em meio à expectativa por um crescimento no fluxo de refugiados na UE por causa da tomada do poder no Afeganistão pelo grupo fundamentalista Talibã, após 20 anos de uma fracassada intervenção dos EUA e da Otan.

Hoje os membros da UE têm liberdade para construir muros e barreiras em suas fronteiras externas, como Grécia e Polônia já fizeram, porém o que os 12 países querem é que essas obras sejam financiadas com recursos europeus.

Em resposta a esse pleito, a comissária do Interior da UE, Ylva Johansson, afirmou que os países "têm direito" de levantar "cercas e estruturas de proteção" em suas fronteiras externas.

"No entanto, se for necessário utilizar fundos da UE para isso, devo dizer 'não'", acrescentou.

Já o ex-primeiro-ministro da Itália Giuseppe Conte, presidente do partido antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), disse que "o problema da imigração e da gestão dos fluxos migratórios não se resolve com arame farpado nem com muros".

"Não dá para levantar barreiras nas zonas costeiras, é preciso intervir com uma gestão europeia e prevenir crises nos países de origem e de trânsito", declarou.