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EUA condenam junta militar de Mianmar por violações de direitos humanos

Patrulha policial em um caminhão no centro de Yangon, Mianmar - AFP
Patrulha policial em um caminhão no centro de Yangon, Mianmar Imagem: AFP

31/10/2021 16h51

Os Estados Unidos disseram neste domingo (31) que estão "seriamente preocupados" com relatos de que as forças de segurança de Mianmar cometeram violações de direitos humanos e destruíram mais de 100 casas, além de igrejas cristãs, no estado de Chin.

"Esses ataques abomináveis ressaltam a necessidade urgente da comunidade internacional de responsabilizar os militares birmaneses e agir para prevenir graves violações e abusos dos direitos humanos, incluindo a prevenção da transferência de armas para os militares", declarou o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.

Na sexta-feira, a mídia local e testemunhas relataram que tropas da junta militar haviam bombardeado a cidade de Thantlang após um confronto com uma força de autodefesa local.

Um incêndio tomou a cidade, destruindo dezenas de casas e estruturas, entre elas um escritório da Save the Children, confirmou a instituição de caridade de Londres em nota.

A maioria dos habitantes de Thantlang fugiu da cidade durante os confrontos no mês passado, muitos deles cruzando a fronteira com a Índia.

A equipe de informação da junta confirmou no sábado que duas igrejas e 70 casas foram queimadas na cidade, mas acusou as "forças de defesa do povo" locais pelo incêndio, após as forças de segurança entrarem em confronto com seus combatentes.

O porta-voz da junta, Zaw Min Tun, disse à imprensa local que o papel dos militares na destruição de Thantlang é uma "acusação infundada".

A AFP não conseguiu verificar de forma independente os relatos desta região remota.

O país do Sudeste Asiático está mergulhado no caos desde o golpe em fevereiro, com mais de 1.200 pessoas mortas conforme os militares reprimem os dissidentes.

As chamadas "forças de defesa do povo" (PDF) surgiram em todo o país para enfrentar a junta, aumentando os ataques e represálias sangrentas.

As Nações Unidas disseram na semana passada que temem uma catástrofe ainda maior de direitos humanos em meio a relatos de milhares de soldados se aglomerando no norte e oeste do país.