Junta de Mianmar volta a prender mais de 100 manifestantes recém-libertados
A junta militar de Mianmar voltou a prender mais de 100 manifestantes pró-democracia recentemente libertados em uma anistia - informou uma ONG que monitora as detenções no país.
Mianmar está mergulhada no caos desde o golpe de Estado de fevereiro que derrubou o governo civil de Aung San Suu Kyi e pôs fim a um intervalo de uma década de democracia no país.
Desde então, mais de 1.100 civis morreram na sangrenta repressão contra dissidentes, e mais de 8 mil pessoas foram presas, segundo a AAPP (Associação de Assistência aos Presos Políticos).
Na segunda-feira (18), a junta anunciou que, durante o festival das luzes de Thadingyut, libertaria mais de 5 mil manifestantes presos. Após a notícia, várias famílias se aglomeraram diante da prisão à espera de que um dos seus estivesse entre os anistiados.
O número real de presos soltos é difícil de ser verificado, e muitos deles tiveram que assinar um documento prometendo que não seria reincidentes.
Pelo menos 110 deles foram presos novamente, segundo a AAPP.
"Bastou chegar em casa que vários foram (...) detidos mais uma vez", disse a organização, em um comunicado divulgado na quinta-feira (21).
"Outros foram informados de que estavam na lista dos libertados, foram conduzidos à entrada do presídio, apenas para serem devolvidos à prisão sob novas acusações", acrescentou.
No final de junho, as autoridades libertaram mais de 2 mil opositores do golpe, detidos em várias prisões do país. Entre eles, estão jornalistas de veículos locais, por terem criticado a repressão aos militares.
O editor-chefe do Frontier Myanmar, Danny Fenster, de nacionalidade norte-americana, segue no presídio de Insein, perto de Yangoon, desde que foi preso em 24 de maio.
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