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Ex-guarda-costas de Macron é condenado à prisão por agredir manifestantes

Alexandre Benalla, ex-guarda-costas de Macron, deixa o tribunal de Paris, após ouvir o veredicto em seu julgamento - Stephane de Sakutin/AFP
Alexandre Benalla, ex-guarda-costas de Macron, deixa o tribunal de Paris, após ouvir o veredicto em seu julgamento Imagem: Stephane de Sakutin/AFP

Em Paris

05/11/2021 13h26

A Justiça francesa condenou hoje a três anos de prisão, entre eles um de uso obrigatório da pulseira eletrônica, o ex-guarda-costas do presidente francês, Emmanuel Macron, por agredir manifestantes durante uma manifestação do 1º de maio em 2018.

Alexandre Benalla, de 30 anos, também foi declarado culpado de usar seus passaportes diplomáticos de forma fraudulenta, após ser demitido por esse escândalo, de falsificar um documento para obter um passaporte de serviço e por porte ilegal de arma em 2017.

"Você foi investido com um certo poder, real quanto às suas funções, mas presumido quanto à sua proximidade com o presidente da República", disse a presidente do tribunal, Isabelle Prévost-Desprez, ao pronunciar a sentença.

"Traiu a confiança depositada em você por essa nomeação", continuou a magistrada, que justificou a condenação com a "gravidade dos diversos fatos, as missões que cumpria e que exigiam rigor e exemplo".

Os fatos remontam a 1º de maio de 2018. Em uma manifestação marcada por confrontos no centro de Paris, Benalla aparece junto às forças de segurança como observador, usando um capacete das forças de ordem.

Imagens gravadas durante o protesto mostram-no agredindo manifestantes. O jornal Le Monde revelou o caso no verão de 2018, destacando que foi punido apenas com uma suspensão de 15 dias e que mantinha um escritório no Eliseu.

A oposição denunciou rapidamente um "assunto de Estado". Os meses seguintes foram marcados por uma chuva de revelações e pelas audiências em comissões parlamentares de inquérito.

A condenação é a primeira contra o ex-colaborador de Macron, que tem outros cinco casos abertos. Ele sempre negou qualquer agressão e disse ter tido uma "reação cidadã" com pessoas "que acabavam de cometer uma infração".

O veredicto sobre este escândalo que, junto com os protestos sociais dos "coletes amarelos", abalou a primeira parte do mandato do presidente liberal, chega meses antes da eleição presidencial prevista para abril de 2022.