Países da UE preparam sanções contra Belarus por 'tráfico de pessoas'
Os embaixadores dos países da União Europeia (UE) concordaram nesta quarta-feira (10) em estender as sanções contra Belarus por enviar milhares de migrantes às fronteiras externas do bloco, especialmente com a Polônia, disseram fontes diplomáticas.
A decisão abre caminho para que os chanceleres dos países da UE, que se reunirão na segunda-feira, aprovem a inclusão de novas pessoas e empresas na lista negativa do bloco.
A Polônia, um Estado-membro da UE, atacou Belarus nesta quarta por "terrorismo de Estado", enquanto os temores aumentam sobre a situação de mais de 2 mil migrantes presos na fronteira entre os dois países.
A UE acusa as autoridades bielorrussas de "tráfico de seres humanos" por atrair milhares de migrantes ao seu país e enviá-los em massa para o território europeu, em retaliação às sanções de Bruxelas contra os funcionários de Minsk.
Fontes diplomáticas indicaram que a UE pretende adicionar cerca de 30 pessoas e entidades, incluindo a companhia aérea estatal bielorrussa Belavia e agências de viagens, à sua lista de pessoas sancionadas com o congelamento de bens e a proibição de viajar para o território europeu.
Os especialistas do bloco vão tentar finalizar a lista nos próximos dias, antes do encontro dos chanceleres em Bruxelas, apontaram fontes diplomáticas.
A UE já impôs sanções a 166 pessoas ligadas ao governo bielorrusso, incluindo o presidente Alexander Lukashenko e seu filho, pela repressão de opositores durante os protestos que eclodiram após as eleições presidenciais do ano passado.
A UE tenta agora travar o fluxo de migrantes para Belarus, estabelecendo contatos com vários países, especialmente no Oriente Médio, para os convencer a dissuadir seus cidadãos de tomarem voos para Minsk.
O bloco analisa a possibilidade de sancionar as companhias aéreas de países terceiros que transportam esses migrantes para Belarus, mas um diplomata europeu disse à AFP que ainda "não está claro" se há vontade política para fazê-lo.
O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, disse nesta quarta-feira que um enviado de Bruxelas está preparando uma viagem a vários países - incluindo Emirados Árabes Unidos, Líbano, Iraque e Turquia - para pressioná-los a ajudar a prevenir tais viagens.
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