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Colômbia: confronto entre ELN e dissidência das Farc deixam 16 mortos

Imagem divulgada pela presidência colombiana mostra presidente colombiano Ivan Duque (C) falando no final de reunião do conselho de segurança solicitando reforço em Arauca, na fronteira com a Venezuela, depois que confrontos entre dissidentes do ELN e das FARC deixaram 16 mortos em Cartagena, Colômbia, em 3 de janeiro de 2022 - -/AFP
Imagem divulgada pela presidência colombiana mostra presidente colombiano Ivan Duque (C) falando no final de reunião do conselho de segurança solicitando reforço em Arauca, na fronteira com a Venezuela, depois que confrontos entre dissidentes do ELN e das FARC deixaram 16 mortos em Cartagena, Colômbia, em 3 de janeiro de 2022 Imagem: -/AFP

03/01/2022 17h06

Ao menos 16 pessoas morreram em confrontos entre o ELN, a última guerrilha reconhecida na Colômbia, e dissidências das Farc que se afastaram do acordo de paz, em uma região fronteiriça com a Venezuela, informou a Defensoria Pública nesta segunda-feira (3).

"Temos o registro de 16 pessoas assassinadas na área rural do departamento" de Arauca (nordeste), disse o presidente da entidade, Carlos Camargo, sem especificar se há civis entre as vítimas.

Juan Carlos Villate, responsável pela vigilância dos direitos humanos no município de Tame, localizado em Arauca e um dos cenários dos atos de violência, garantiu à W Radio que "o número já subiu para 24 pessoas mortas em menos de 24 horas".

Sem dar um balanço oficial, o presidente conservador Iván Duque afirmou que os confrontos no departamento de mais de 300.000 habitantes se devem aos 2.200 quilômetros de "fronteira porosa" que a Colômbia divide com a Venezuela, onde o governo "permite o assentamento de grupos armados ilegais".

"Os dois grupos tiveram proteção e guarida do regime de Nicolás Maduro [...] onde há muito tempo há uma prática não só de tolerância, mas de proteção ativa destes grupos", disse o presidente colombiano em entrevista à emissora La FM.

Colômbia e Venezuela romperam relações logo após Duque chegar ao poder em agosto de 2018.

O ELN é reconhecido como o último grupo guerrilheiro do país após o desarmamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que negociaram sua desmobilização em um acordo com o governo do Prêmio Nobel da Paz Juan Manuel Santos em 2016.

Sua base é estimada em cerca de 2.500 homens e mulheres, de acordo com o centro de estudos independente Indepaz.

Os dissidentes das Farc somam cerca de 5.200 combatentes sem comando unificado, sendo a maioria (85%) novos recrutas que nunca integraram a extinta organização rebelde, segundo a mesma fonte.

Dissidentes, ELN e criminosos de origem paramilitar disputam o tráfico de drogas na região.

Embora o acordo de paz tenha atenuado a violência política, a Colômbia sofre uma ofensiva de grupos armados com massacres, assassinatos seletivos e deslocamentos forçados.