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Biden diz que Putin pode ter colocado assessores em 'prisão domiciliar'

31/03/2022 20h02

Washington, 31 Mar 2022 (AFP) - O presidente americano, Joe Biden, disse nesta quinta-feira (31) que seu contraparte russo, Vladimir Putin, e pode ter colocado alguns de seus assessores em "prisão domiciliar", após ficar "isolado" enquanto executava a invasão da Ucrânia.

Em um dos primeiros comentários públicos do Ocidente sobre as tensões internas no Kremlin devido à guerra, Biden também se declarou "cético" sobre a afirmação de Moscou de reduzir suas tropas em algumas cidades da Ucrânia.

"Ele parece estar isolado e há indícios de que demitiu ou colocou em prisão domiciliar alguns de seus assessores", disse Biden à imprensa quando questionado sobre declarações da inteligência britânica e americana de que Putin não está recebendo informações corretas de seus funcionários sobre as dificuldades na Ucrânia.

Biden moderou seus comentários, afirmando que "há muita especulação" e não quis "dar muita importância a isso".

No entanto, o porta voz do Departamento de Estado, Ned Price, disse que viram "relatos que vários funcionários russos foram para escanteio, estão afastados ou, como o presidente aludiu, foram colocados em prisão domiciliar".

Price disse que a invasão da Ucrânia - com os russos não esperando uma resistência forte e surpreendidos pela dureza das sanções do Ocidente - reforçaram a teoria que Putin estava tomando decisões.

"Temos motivos para acreditar que o presidente Putin se sente enganado. Se analisarmos suas ações nas últimas cinco semanas, mais ou menos, ele teve claros erros de cálculo", disse Price.

"Por que mais ele teria empreendido uma invasão que estava bastante clara e precipitaria toda uma série de consequências que estabelecemos com antecedência? Ele claramente calculou mal se achava que suas forças seriam capazes de alcançar uma vitória tática rápida", disse Price.

Nas suas declarações, Biden também destacou que não tinha certeza do que o Exército russo estava fazendo na Ucrânia depois que Moscou anunciou uma retirada - vista como uma potencial abertura para uma maior desescalada - da capital Kiev e de outra cidade.

Biden disse que é possível que qualquer retirada das cidades - se acontecer - tenha sido ordenada apenas para permitir ataques crescentes em outra área da Ucrânia, a região leste de Donbass.

"Até agora, não há evidências claras de que ele esteja retirando todas essas forças de Kiev. Também há evidências de que ele está reforçando suas tropas no Donbass", disse Biden.

"Estou um pouco cético. É uma questão em aberto se ele está realmente recuando."

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