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Viktor Orban reivindica vitória nas eleições gerais na Hungria

Fidesz, partido do primeiro-ministro, havia somado 134 das 199 cadeiras no Parlamento, com 71% dos votos apurados até as 22h47, no horário local -  O Antagonista
Fidesz, partido do primeiro-ministro, havia somado 134 das 199 cadeiras no Parlamento, com 71% dos votos apurados até as 22h47, no horário local Imagem: O Antagonista

03/04/2022 18h13

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, comemorou neste domingo (3) "uma vitória excepcional" depois dos bons resultados obtidos nas eleições gerais, que lhe abrem caminho para um quarto mandato consecutivo como chefe de Estado.

O Fidesz, partido do primeiro-ministro, havia somado 134 das 199 cadeiras no Parlamento, com 71% dos votos apurados até as 22h47, no horário local (17h47, no horário de Brasília). A oposição tinha obtido até esse horário 58 assentos.

"Caros amigos, obtivemos uma vitória excepcional, uma vitória tão grande que provavelmente pode ser vista da lua, e certamente de Bruxelas", declarou o mandatário húngaro em um breve discurso após a publicação dos resultados parciais oficiais.

Após uma campanha marcada pelo início da guerra na Ucrânia, o primeiro-ministro Viktor Orban jogou sua sobrevivência política nas eleições legislativas deste domingo (3) na Hungria, após 12 anos de reformas "iliberais".

Para enfrentar o primeiro-ministro, a oposição formou uma aliança inédita de seis partidos, com o objetivo declarado de derrotar o governante, que chamam de "autoritário", de 58 anos.

A taxa de participação se aproximou de 67,8% meia hora antes do fechamento das urnas, muito próxima da mobilização recorde das eleições de 2018.

A maioria das pesquisas de opinião dava a liderança ao partido Fidesz, de Orban, mas a batalha nunca esteve tão próxima e os analistas continuam cautelosos.

Acusado pela Comissão Europeia de múltiplos ataques ao Estado de direito, Orban silenciou durante três mandatos consecutivos a justiça e os meios de comunicação, estimulando ao mesmo tempo uma visão ultraconservadora da sociedade.

Orban votou ao lado da esposa, Aniko Levai, durante a manhã em uma escola do subúrbio de Budapeste. Ele prometeu uma "grande vitória".

"É uma eleição justa e equitativa", declarou, ao rebater as acusações de fraude na votação, que pela primeira vez é acompanhada por mais de 200 observadores internacionais. Além disso, cada lado mobilizou muitos voluntários.

O líder da oposição, Peter Marki-Zay, de 49 anos, votou ao lado dos sete filhos depois de comparecer à missa na cidade de Hodmezovasarhely (sudeste).

Marki-Zay, conhecido como MZP, denunciou as "condições injustas e impossíveis" destinadas a permitir que seu rival "permaneça eternamente no poder", citando por exemplo que mal teve direito a cinco minutos na televisão pública, que como outros meios de comunicação oficiais segue a linha de Orban.

Devido ao sistema eleitoral, a oposição precisaria vencer por 3 ou 4 pontos para obter a maioria no Parlamento,

Além da eleição dos deputados, os húngaros também devem responder a quatro perguntas vinculadas à recente lei anti-LGBT+, que proíbe falar aos menores de 18 anos sobre "mudança de sexo e homossexualidade".