EUA concedem liberdade condicional a venezuelano acusado de subornar promotor
Miami, 23 Mai 2022 (AFP) - A justiça americana impôs nesta segunda-feira (23) cinco anos de liberdade condicional a um empresário venezuelano acusado de subornar com quase um milhão de dólares um promotor de seu país, para evitar uma investigação por corrupção relacionada à petrolífera estatal PDVSA, segundo documentos judiciais.
Carlos Urbano Fermín, proprietário de várias empresas que forneciam bens e serviços às subsidiárias da PDVSA, escapou da pena de dois anos de prisão solicitada pela promotoria americana.
O juiz Robert Scola, de Miami (Flórida), aceitou o pedido da defesa de uma condenação mais leve em reconhecimento à ajuda do réu na investigação de outros crimes na Venezuela.
No ano passado, Fermín se declarou culpado de conspiração para lavar dinheiro nos Estados Unidos.
O empresário também reconheceu o pagamento de propina a um promotor venezuelano de "alto nível" para evitar uma investigação judicial sobre as condições dos contratos que assinou com a PDVSA entre 2012 e pelo menos 2016.
De acordo com seu depoimento no tribunal, Fermín se encontrou em 2017 com uma pessoa próxima ao promotor, que lhe garantiu que poderia evitar a investigação.
Para conseguir essa proteção judicial, fez transferências bancárias de quase um milhão de dólares de bancos americanos para o promotor, disse o empresário.
Segundo o Miami Herald, a destinatária do dinheiro foi a ex-procuradora-geral venezuelana Luisa Ortega, demitida há cinco anos depois de acusar o governo socialista de Nicolás Maduro de deriva autoritária.
Ortega, que fugiu da Venezuela em 2017 e agora mora na Espanha, negou essas acusações no ano passado e disse que eram apenas uma tentativa do governo Maduro de manchar sua imagem.
gma/gm/ap/mvv
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