O que é um 'plano Marshall'?
Lugano, Suíça, 4 Jul 2022 (AFP) - O "plano Marshall", frequentemente citado na conferência de Lugano sobre a reconstrução da Ucrânia, foi um programa dos Estados Unidos de auxílio à Europa após a Segunda Guerra Mundial.
A expressão "plano Marshall", utilizada pelo chanceler alemão Olaf Scholz e o presidente do Conselho Europeu Charles Michel em relação à Ucrânia, se tornou comum para fazer referência a um grande programa de ajuda exterior para levantar uma região ou país devastado por um conflito, catástrofe ou crise.
Desde os anos 1970, o "plano Marshall" foi empregado várias vezes em países pobres, ou planos de reativação econômicos, como investimentos massivos feitos pelo Estados Unidos após a pandemia de covid-19 em 2020.
A ideia do "plano Marshall" foi citada pela primeira vez em 5 de junho de 1947 em uma discurso na universidade de Harvard pelo general George C. Marshall, então secretário de Estado americano.
Este plano de luta contra "a fome, a pobreza, a desesperança o caos" na Europa devastada por seis anos de conflito, foi adotado nos Estados Unidos sob forma de lei em abril de 1948.
Denominado Programa de Reconstrução Europeia (European Recovery Program, ERP), ofereceu a todos os países do continente, incluindo a URSS e os demais países comunistas, a assistência americana para uma reconstrução financeira e material durante quatro anos.
A URSS e os países comunistas do leste rejeitaram a oferta, em pleno antagonismo entre Moscou e Washington, que conduziria rapidamente à Guerra Fria.
O Plano Marshall, destinado a reativar a economia "para permitir condições políticas e sociais necessárias para a existência de instituições livres", só foi aceito por países da Europa Ocidental (Áustria, Bélgica, Dinamarca, Irlanda, França, Reino Unido, Grécia, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Holanda, Portugal, Suécia, Suíça) e Turquia.
Seu início, no início de 1948 coincidiu com o bloqueio de Berlim, uma disputa entre o leste e o oeste da cidade que durou um ano. Após seu nascimento em 1949, a República Federativa da Alemanha se uniu aos beneficiários do plano.
Um total de 13,35 bilhões de dólares na época (equivalentes a 160 bilhões de dólares atuais) foram injetados na economia dos países beneficiados, em condições muito favoráveis: 85% de forma gratuita e 15% em prestações a longo prazo.
Dois organismos administraram o plano: a Economic Cooperation Administration (ECA) e Organização Europeia para a Cooperação Econômica (OECE). Os Estados Unidos fixaram como condição uma cooperação econômica e um programa de auto assistência entre os países beneficiários.
Os resultados do Plano Marshall foram especialmente rápidos e não beneficiaram somente a Europa. Os economistas consideram que a indústria norte-americana tirou proveito da acelerada expansão dos mercados do Velho Continente, onde o dólar substituiu rapidamente a libra esterlina como principal moeda comercial.
doc/me/pc/jc
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