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Itamaraty repudia fechamento de rádios e violência contra líderes católicos na Nicarágua

Treliça de Athos Bulcão, na Sala de Tratados do Itamaraty - Marcos Vinícius Bessa/AIG-MRE
Treliça de Athos Bulcão, na Sala de Tratados do Itamaraty Imagem: Marcos Vinícius Bessa/AIG-MRE

09/08/2022 18h06

O governo de Jair Bolsonaro repudiou, nesta terça-feira (9), o fechamento de sete emissoras de rádio católicas na Nicarágua e o "uso abusivo da violência policial contra líderes religiosos e fiéis", após a detenção de um bispo pelas forças de segurança.

Em nota, o ministério de Relações Exteriores manifestou sua "grave preocupação" diante dos fechamentos e instou ao governo de Daniel Ortega a restabelecer "sem demora" o funcionamento das emissoras e "o pleno exercício da liberdade religiosa".

"A medida constitui mais um severo golpe ao espaço cívico na Nicarágua e viola o direito à liberdade de religião ou crença, assim como à liberdade de opinião e de expressão", ampliou a nota do governo federal.

No início do mês, o bispo nicaraguense Rolando Álvarez, crítico do governo de Ortega, denunciou o fechamento de emissoras de sua diocese na região de Matagalpa, por supostas irregularidades que o prelado nega.

Álvarez está confinado há seis dias devido a um cerco policial na casa do padre de Matagalpa, onde vive e trabalha. A força acusou a Igreja de incitar atos de violência para "desestabilizar" o país.

As relações entre o governo de Ortega e a Igreja Católica nicaraguense ficaram tensas desde os protestos opositores de 2018, que deixaram 355 mortos, segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

Várias paróquias acolheram manifestantes, uma ação criticada por Ortega que as chamou de "quartéis".

Bispos da Igreja Católica da América Latina apoiaram seu colega da Nicarágua, enquanto o papa Francisco se absteve de mencionar o tema em sua homilia no último domingo.

A União Europeia (UE) se manifestou publicamente contra o fechamento "arbitrário" das emissoras católicas nicaraguenses e repudiou a violência.