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Líder extremista dos EUA é condenado por invasão ao Capitólio

Stewart Rhodes, fundador da milícia de extrema direita Oath Keepers - REUTERS/Jim Urquhart
Stewart Rhodes, fundador da milícia de extrema direita Oath Keepers Imagem: REUTERS/Jim Urquhart

29/11/2022 20h52

O fundador da milícia de extrema direita Oath Keepers, Stewart Rhodes, e outro membro do grupo foram condenados de "sedição" nesta terça-feira (29), por participarem da invasão ao Capitólio dos Estados Unidos em 2021.

Após três dias de deliberações, os 12 membros do júri de uma corte federal em Washington absolveram outros três integrantes da Oath Keepers do crime de sedição, que é punível com até 20 anos de prisão.

O veredicto encerrou um julgamento de quase dois meses, no qual o governo se empenhou em demonstrar que a invasão violenta do Capitólio, que obrigou a suspensão do processo de certificação de Joe Biden como presidente eleito, equivalia a uma rebelião contra o governo por parte de partidários do então presidente Donald Trump.

Os cinco julgados foram os primeiros dos quase 800 acusados de participar nessa revolta que deixou cinco mortos.

O Departamento de Justiça disse que Rhodes e os integrantes da Oath Keepers "tramaram uma rebelião armada [...] conspirando para se opor pela força ao governo dos Estados Unidos".

Os promotores exibiram vídeos do ataque cometido por dezenas de membros do grupo vestidos com roupa de estilo militar.

Mas os acusados classificaram o caso como um julgamento político promovido pelo governo de Biden contra os partidários de Trump.

'Perseguição'

Durante o julgamento, os promotores provaram que Stewart Rhodes começou a reunir suas tropas em novembro de 2020. "Não vamos sair daqui sem uma guerra civil", escreveu o líder dois dias depois das eleições presidenciais em mensagens criptografadas.

Nas semanas seguintes, segundo os promotores, Rhodes gastou milhares de dólares em dispositivos de visão noturna, armas e munição, e armazenou o arsenal em um hotel nos arredores de Washington.

Em 6 de janeiro, vários membros da Oath Keepers, usando capacetes e equipamento de combate, marcharam rumo ao Capitólio. Alguns invadiram o edifício, mas se retiraram após as forças de segurança usarem gás lacrimogêneo. Outros entraram no Capitólio em formação militar.

Rhodes permaneceu do lado de fora, mas, segundo os promotores, comandou suas tropas remotamente "como um general no campo de batalha".

No depoimento, o réu, famoso por seu tapa-olho preto sobre o olho esquerdo, negou "ter planejado" o ataque ao Capitólio. Ele afirmou que a "missão" da Oath Keepers era garantir a segurança da manifestação convocada pelo presidente em fim de mandato Donald Trump para denunciar uma suposta "fraude eleitoral".

Rhodes chamou de "estúpido" o fato de Kelly Meggs, que chefia a filial na Flórida da Oath Keepers e que também foi condenado por sedição, ter entrado no Capitólio.

"Isso abriu as portas para nossa perseguição política. Veja onde estamos agora", disse Stewart Rhodes.

Formado em direito pela Universidade de Yale, Rhodes, 50, fundou a Oath Keepers em 2009, reunindo ex-soldados e policiais, inicialmente para lutar contra o Estado federal, que ele considerava "opressivo".

Tal como outros grupos radicais, esta milícia se deixou seduzir pela retórica de Trump e abraçou cabalmente as acusações de fraude eleitoral levantadas, mas nunca comprovadas, pelo líder republicano.