Califórnia entra em estado de emergência por 'ciclone-bomba'
Ventos violentos, chuvas torrenciais e fortes nevascas continuarão presentes nesta quinta-feira (5) na Califórnia, depois que um ciclone-bomba chegou ontem a este estado da Costa Oeste dos Estados Unidos, provocando cortes de energia, fechamento de estradas e a declaração de estado de emergência.
O Serviço Meteorológico Nacional (NWS) advertiu para inundações costeiras repentinas e deslizamentos de terra em áreas que já haviam sido afetadas antes por incêndios florestais, assinalando que o fenômeno climático pode causar mortes.
"Um evento fluvial atmosférico significativo afetará a Califórnia durante toda esta quinta-feira, com chuvas intensas ou excessivas, inundações com fluxos de escombros e deslizamentos de terra perto de áreas queimadas recentemente, fortes nevascas nas montanhas e fortes ventos", indicou o NWS.
Os "eventos fluviais atmosféricos", um fenômeno em que o ar carregado de umidade dos trópicos flui a partir do oceano, não são incomuns durante o inverno na Califórnia. Mas o atual veio acompanhado de um "ciclone-bomba", uma queda abrupta na pressão atmosférica que gera fortes rajadas de vento.
O governador Gavin Newsom declarou a emergência estadual na quarta-feira e autorizou a Guarda Nacional a oferecer suporte na resposta ao desastre.
As autoridades locais emitiram alertas de risco à vida e à propriedade em grande parte de Califórnia.
No total, as advertências de inundações afetam mais de 34,5 milhões de californianos.
Dezenas de voos foram cancelados, escolas foram fechadas como medida de precaução e o NWS da Bay Area pediu que a população não realizasse viagens.
Cerca de 190.000 casas e estabelecimentos estavam sem luz na manhã desta quinta, segundo o site PowerOutage.us.
A região de maior risco é o norte da Califórnia, especialmente no entorno das cidades de San Francisco e Sacramento, onde foram emitidas ordens de evacuação nos condados de Santa Bárbara e Santa Cruz.
Em South San Francisco, o teto de um posto de gasolina foi derrubado pela tempestade.
Já em San Francisco, que instalou um centro de operações de emergência e interrompeu a circulação de seus famosos teleféricos, bares e restaurantes fecharam na quarta-feira e alguns moradores pediram para trabalhar remotamente.
Além disso, milhares de sacos de areia foram disponibilizados para os moradores formarem barreiras nas áreas com risco de inundação.
- 'Isso vai continuar' -
O norte da Califórnia ainda sofre os efeitos de uma série de tempestades nas últimas semanas.
A última foi na noite de Ano Novo e causou destruição e cortes de luz. Pelo menos uma pessoa morreu depois de ficar presa em seu carro durante uma inundação, relataram as autoridades.
Em 31 de dezembro, San Francisco registrou o segundo dia mais chuvoso de sua história desde os registros começaram, com 14 centímetros de precipitação.
Nessas condiciones, os solos da região, afetados por uma seca de duas décadas no oeste de Estados Unidos, terão dificuldade para absorver um novo dilúvio, o que aumenta o risco de inundações repentinas.
"Esta tempestade por si só poderia causar inundações e deslizamentos de terra localizados", disse à AFP o meteorologista Matt Solum.
"Mas, com as condições de umidade recentes, [...] qualquer chuva adicional escorrerá ao invés de ser absorvida pelo solo", explicou.
Cientistas afirmam que a mudança climática está aumentando a frequência e a intensidade dos fenômenos meteorológicos extremos. Segundo os meteorologistas, tempestades como a atual continuarão atingindo a Califórnia.
"Definitivamente isso vai continuar", disse Solum.
"Esperamos outra tempestade no fim de semana. E depois muitas outras, provavelmente para a próxima semana. E possivelmente para a semana seguinte também."
hg/amz/jh/lb/axn/ad/gm/rpr/mr
© Agence France-Presse
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.