Conferência mundial no Panamá reúne esforços para proteger os oceanos
Especialistas, representantes políticos e filantropos de todo o mundo se reúnem no Panamá na próxima quinta e sexta-feira (2 e 3) em busca de financiamentos e novos compromissos para fomentar a economia "azul", além de ampliar as áreas marinhas protegidas e discutir as ameaças enfrentadas pelo oceano.
"Esperamos mais de 300 novos compromissos" para a proteção dos recursos marinhos "a curto, médio e longo prazo", afirmou a vice-chanceler do Panamá, Yill Otero, durante a apresentação da oitava conferência anual Our Ocean.
Nesta reunião, cerca de 600 representantes governamentais, empresas e ONGs discutirão iniciativas para reduzir a poluição por plásticos e outros resíduos, combater a pesca ilegal e frear a mineração subaquática.
Além disso, também será anunciada "a mobilização de recursos" econômicos, tanto públicos como privados, para implementar as novas medidas, afirmou Otero.
Esses "compromissos não são exclusivamente monetários, também são políticas públicas", acrescentou.
A conferência contará com painéis diários de especialistas sobre pesca sustentável, segurança marítima e vários temas da economia "azul" ? equivalente marinho da economia "verde", que visa proteger a natureza.
Até o momento, 200 ONGs, 60 centros acadêmicos e de pesquisa, 14 filantropos, cerca de 100 empresas e organismos internacionais confirmaram presença no encontro.
O ex-secretário de Estado americano John Kerry, principal promotor da conferência, é o enviado da Casa Branca para questões climáticas e também estará presente.
- "Vontade política" -
Para Maximiliano Bello, da ONG Mission Blue, o encontro é o "mais importante da série de reuniões internacionais sobre proteção marinha", pois aborda todas as questões relacionadas aos oceanos.
Courtney Farthing, da Global Fishing Watch, também reforça que "a conferência Our Ocean é fundamental para manter a vontade política de agir no oceano", diz.
Para ela, o encontro é uma "forma simples, mas poderosa de os governos começarem esse esforço", adotando abordagens transparentes com "a publicação de dados importantes sobre a atividade humana no mar", acrescentou.
A conferência ocorre em meio à agitação de ambientalistas pelo interesse de multinacionais na extração de minerais no fundo do mar, um tópico sensível que ONU debate estes dias enquanto busca aprovar um tratado para proteger o alto-mar.
Entre esses minerais estão os nódulos de manganês, que contêm metais cobiçados para a fabricação de baterias, mas sua extração ameaça causar danos irreparáveis ao ecossistema marinho.
Os participantes não vão firmar acordos ou votarão na cúpula, mas irão anunciar "compromissos" voluntários que seus países estão assumindo para proteger o oceano.
Após o tratado histórico adotado no Panamá em 2022 para proteger os tubarões, durante a COP19 da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens(CITES), especialistas alertam para a necessidade de tomar medidas globais para a proteção e conservação do oceano.
"É preciso falar menos e fazer mais, o tempo de falar já se esgotou e o que temos que fazer são ações cada vez mais rápidas e concretas se quisermos salvar o nosso planeta", declarou o ministro panamenho do Desenvolvimento Agropecuário, Augusto Valderrama.
fj-jjr/ll/yr
© Agence France-Presse
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