Incêndio sem controle queima mais de 3 mil hectares em ilha da Espanha
O incêndio que já arrasou mais de 3,2 mil hectares na ilha espanhola de Tenerife pode ser "o mais complexo" das últimas décadas no arquipélago das Canárias, advertiu nesta quinta-feira (17) o presidente do governo regional, Fernando Clavijo.
Declarado na noite de terça-feira, o incêndio queima uma área de florestas e encostas no nordeste da ilha. Mais de 3,2 mil hectares já arderam, segundo os últimos dados das autoridades.
Na manhã de hoje, o governo regional ordenou o confinamento da localidade de La Esperanza, no município de Rosario, enquanto cerca de dez pequenas aldeias e vilarejos desta área turística foram evacuados por precaução. No total, são mais de 7 mil pessoas afetadas.
"A noite foi muito dura (...) Este é, provavelmente, o incêndio mais complexo que tivemos nas Canárias. (...) pelo menos nos últimos 40 anos", declarou Clavijo, em entrevista coletiva em Tenerife. O "calor extremo" e as "circunstâncias climáticas" dificultam o trabalho, acrescentou.
Mais de 250 pessoas e 17 aviões participam das tarefas para controlar as chamas. "Estamos diante de um incêndio que nunca vimos nas Ilhas Canárias", afirmou a meteorologista Vicky Palma na coletiva de imprensa, referindo-se a uma coluna de fumaça recorde e à propagação contínua das chamas durante quase um dia e meio. Autoridades locais fecharam as estradas que levam às montanhas no nordeste da ilha.
O incêndio ocorre depois que uma onda de calor nas Ilhas Canárias deixou muitas áreas secas e aumentou o risco de incêndios florestais. Segundo cientistas, os fenômenos meteorológicos extremos se intensificaram como resultado do aquecimento global.
As ondas de calor devem se tornar mais frequentes e intensas, e seu impacto deve aumentar. Em 2022, 300 mil hectares foram queimados por mais de 500 incêndios na Espanha, um recorde na Europa, segundo o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (Effis).
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© Agence France-Presse
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