Chefe do Hezbollah considera 'realista' a possibilidade de uma 'guerra total'

O chefe do movimento libanês pró-Irã Hezbollah, Hassan Nasrallah, considerou nesta sexta-feira (3) "realista" a possibilidade de que o conflito entre Israel e o Hamas em Gaza possa desencadear uma "guerra total". 

"A possibilidade de essa frente registrar uma nova escalada ou uma guerra total (...) é realista e pode ocorrer, o inimigo deve se preparar", advertiu Nasrallah no seu primeiro discurso desde o início da guerra em Gaza, em 7 de outubro.

O líder islamista insistiu que "todas as opções" estão abertas e alertou os Estados Unidos que, se quiserem evitar uma conflagração regional, devem "deter a agressão [israelense] contra Gaza". 

O discurso de Nasrallah era esperado já que ele tinha que determinar se o Líbano iria entrar diretamente no conflito, desencadeado após o ataque do movimento islamita palestino Hamas contra Israel. 

Os combatentes do Hezbollah intervieram contra Israel no dia seguinte ao início da guerra, embora na fronteira e de forma comedida. 

O Hezbollah "entrou na batalha desde 8 de outubro", disse Nasrallah.

No seu discurso, o líder do movimento xiita garantiu que o Hamas, seu aliado, tomou a decisão de atacar Israel sozinho e que não informou nem o Hezbollah nem o Irã das suas ações. 

Nasrallah responsabilizou diretamente os Estados Unidos "pela guerra em curso em Gaza" e declarou que "Israel é apenas um instrumento". 

Washington "impede o cessar-fogo e o fim da agressão", insistiu. "Quem quiser evitar uma guerra regional deve cessar rapidamente a agressão em Gaza", continuou.

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As suas declarações coincidiram com a visita do chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, a Israel, onde pediu "pausas" humanitárias na Faixa de Gaza. 

Nasrallah também insistiu que o seu movimento está pronto "diante da frota com a qual nos ameaçam" e alertou contra qualquer ataque ao Líbano. 

"Ao inimigo que possa pensar em atacar o Líbano ou realizar uma operação preventiva, dizemos que seria a maior estupidez da sua existência", insistiu. 

Após as declarações de Nasrallah, Washington pediu ao Hezbollah que não "se aproveite" do conflito entre o Hamas e Israel.

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© Agence France-Presse

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