Primeiro-ministro palestino Mohammad Shtayyeh renuncia
O primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh, renunciou ao cargo. Ele é membro da Autoridade Palestina, com sede na Cisjordânia ocupada, e apresentou sua renúncia por escrito ao presidente Mahmud Abbas.
"Apresentei a demissão do governo ao presidente em 20 de fevereiro e a submeto hoje por escrito", afirmou Shtayyeh em Ramallah, antes de explicar que a decisão acontece "à luz dos fatos relacionados com a agressão contra a Faixa de Gaza e a escalada na Cisjordânia e Jerusalém".
Desde o início da guerra em Gaza, em 7 de outubro, entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas, o presidente Mahmud Abbas, de 88 anos, tem sido muito criticado por sua "impotência" diante dos bombardeios israelenses na Faixa e do aumento da violência na Cisjordânia ocupada.
Desde os confrontos de junho de 2007, a liderança palestina está dividida entre a Autoridade Palestina de Abbas, com um poder limitado na Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967, e o Hamas, que governa a Faixa de Gaza.
"A próxima etapa exige novas medidas governamentais e políticas que levem em consideração a nova realidade na Faixa de Gaza [...] e a necessidade urgente de um consenso interpalestino", afirmou Shtayyeh.
A demissão do Executivo foi anunciada depois que países da região e vários governos ocidentais pediram uma reforma da Autoridade Palestina que, a longo prazo, poderá ficar à frente do governo na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
Em uma entrevista na semana passada à AFP, o opositor Nasser al Kidwa, ex-chefe da diplomacia palestina e sobrinho de Yasser Arafat, pediu um "divórcio amistoso" de Abbas e defendeu uma renovação da liderança palestina, incluindo alguns membros do Hamas.
A guerra começou após um ataque sem precedentes do Hamas em território israelense, quando 1.160 pessoas, a maioria civis, foram assassinadas, segundo um balanço da AFP baseado em informações divulgadas pelas autoridades israelenses.
Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e iniciou uma campanha militar contra a Faixa de Gaza que deixou 29.782 mortos, a maioria mulheres e menores de idade, segundo o Ministério da Saúde do movimento islamista.
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