Justiça torna réus dois brasileiros suspeitos de ligação com o Hezbollah

O TRF-6 (Tribunal Regional Federal da 6ª Região) abriu uma ação penal contra os brasileiros Mohamad Khir Abdulmajid e Lucas Passos Lima. Eles são suspeitos de terem sido recrutados pelo grupo libanês Hezbollah para planejar atentados contra prédios judeus no Brasil.

O que aconteceu

Juíza aceitou denúncia apresentada pelo MPF. Raquel Vasconcelos Alves de Lima também marcou para 21 de março, às 14h, a audiência de instrução e julgamento de Lucas Passos de Lima, que está preso desde 8 de novembro de 2023 no Centro de Detenção Provisória II de Guarulhos (SP). A decisão é do último dia 16.

Foragido, Mohamad foi intimado a se apresentar. No despacho, a magistrada também cita que há um mandado de prisão aberto contra Mohamad Khir Abdulmajid desde 8 de novembro. Segundo registro migratório, o suspeito viajou em 18 de outubro para Beirute, no Líbano, "sem notícias de seu retorno ao Brasil".

Investigações contra outros envolvidos devem continuar. A juíza ainda acatou o pedido da Polícia Federal pelo desmembramento das investigações para a instauração de um novo inquérito policial contra outros suspeitos. "Não se pode olvidar [esquecer] que, além de Lucas, outros brasileiros também foram identificados como alvos dos recrutamentos", ponderou.

O perfil dos recrutados levantou suspeitas pela ausência de vínculos com o país ou condições financeiras para empreender tais viagens ao exterior (alguns por mais de uma vez ou três vezes em menos de 12 meses) e por possuírem antecedentes criminais.
Raquel Vasconcelos Alves de Lima, juíza federal

O que dizem os suspeitos

O UOL tenta contato com as defesas de Mohamad Khir Abdulmajid e Lucas Passos Lima para pedir um posicionamento sobre o caso. O espaço segue aberto para manifestação.

Relembre o caso

Operação da PF mirou planejamento de atos terroristas no Brasil. Em 8 de novembro de 2023, a PF cumpriu 11 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Minas Gerais e no Distrito Federal. O objetivo da Operação Trapiche era "interromper atos preparatórios de terrorismo" e recolher provas de possível recrutamento de brasileiros para praticá-los.

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Ação teve como alvos suspeitos de recrutar brasileiros. Segundo apurou o UOL à época, a investigação da PF apontou que o o grupo pretendia atacar prédios da comunidade judaica no Brasil, incluindo sinagogas. Os alvos podem responder pelos crimes de constituir ou integrar organização terrorista e de realizar atos preparatórios de terrorismo.

PF acionou Interpol para prender brasileiros no Líbano. Entre eles, está Mohamad Khir Abdulmajid, ainda foragido.

Embaixada israelense no Brasil parabenizou a PF pela "firme atuação". Em nota, Israel afirmou que "aprecia o compromisso do governo brasileiro em proteger os judeus e as instituições judaicas no país".

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