Lula e premiê da Espanha mostram otimismo sobre acordo UE-Mercosul

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, ressaltaram, nesta quarta-feira (6), seu otimismo em relação ao fechamento de um acordo de livre-comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, apesar do novo impasse nas negociações, que já duram mais de duas décadas.

A expectativa de um acordo foi diluída pela rejeição declarada da França e por dúvidas dentro da Comissão Europeia, mas os governantes esquerdistas, que ocuparam no ano passado a presidência rotativa de cada bloco, renovaram seu otimismo após uma reunião no Palácio do Planalto, em Brasília.

"Estamos prontos para firmar o acordo com a UE", disse Lula. A França, no entanto, opõe-se à assinatura, em meio a protestos dos agricultores franceses, que o rejeitam. Já a Alemanha defende alcançá-lo.

"Vamos assinar esse acordo, para o bem da América, para o bem do Mercosul e para o bem da União Europeia. Chegamos a uma situação em que precisamos, política, econômica e geograficamente, fazer esse acordo", ressaltou o presidente.

Sánchez destacou que a invasão à Ucrânia e o confronto com a Rússia tornaram o acordo ainda mais necessário para a Europa: "Depois da guerra na Ucrânia, a Europa aprendeu a lição de que deve buscar novos aliados e diversificar suas relações políticas e comerciais".

Para o governante espanhol, o tratado com o Mercosul não apenas criaria a maior área de livre-comércio do mundo, mas também uniria dois blocos com visões semelhantes sobre a democracia e a luta contra as mudanças climáticas: "Seria uma mudança até na geopolítica global".

Em sua primeira visita à maior economia da América Latina desde que assumiu o poder, em 2018, Sánchez irá se reunir com líderes do Congresso, antes de viajar a São Paulo para participar de um fórum empresarial.

A Espanha é o segundo maior investidor no Brasil, com um volume de 59 bilhões de dólares (291 bilhões de reais), segundo o governo brasileiro.

Na sexta-feira, Sánchez viaja a Santiago para se reunir com o presidente do Chile, Gabriel Boric.

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