PF cumpre ordem de prisão contra cinco pessoas por escândalo de espionagem durante o governo Bolsonaro

A Polícia Federal (PF) cumpriu ordens de prisão nesta quinta-feira(11) contra cinco pessoas por um suposto plano de espionagem a adversários políticos e jornalistas durante o governo de Jair Bolsonaro. 

Em fevereiro, a PF fez buscas na casa de praia onde estava a família Bolsonaro, além da residência e do escritório de seu filho, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, neste caso que envolve a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). 

Carlos Bolsonaro foi acusado por um ex-ministro de Jair Bolsonaro de ter sugerido a criação de uma Abin "paralela". Em outras investigações, é suspeito de ter coordenado um "gabinete do ódio", uma "milícia digital" encarregada de difamar opositores e divulgar informações falsas nas redes sociais. 

A PF disse em nota que está cumprindo "cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF)" em Brasília, Curitiba, Juiz de Fora, Salvador e São Paulo. 

A instituição não revelou os nomes dos suspeitos ou se houve alguma prisão. 

Segundo a imprensa, seriam influenciadores digitais e policiais lotados na Abin durante a direção-geral de Alexandre Ramagem, atualmente deputado federal e confidente de Jair Bolsonaro. 

Segundo a polícia, esta "organização criminosa" criou "perfis falsos" de "membros dos Três Poderes e jornalistas" e divulgou notícias falsas. Também acessou "ilegalmente" computadores e telefones para "monitorar pessoas e agentes públicos". 

As ordens de prisão foram expedidas pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, que afirmou que a polícia identificou Carlos Bolsonaro como parte do núcleo político da trama.

O escândalo eclodiu em outubro com a prisão de dois funcionários da Abin, suspeitos de utilizar sem autorização o software espião israelense FirstMile, que permite rastrear a geolocalização de celulares, para obter ilegalmente informações em benefício de Jair Bolsonaro e seu círculo próximo. 

Continua após a publicidade

Segundo a imprensa, a polícia suspeita que a Abin espionou ilegalmente centenas de políticos, juízes e jornalistas. Entre eles estaria o próprio Moraes, alvo frequente da ira de Bolsonaro por ter ordenado diversas investigações contra ele e seu entorno. 

O ex-presidente, alvo de diversos processos judiciais, denuncia perseguições contra ele. 

Carlos Bolsonaro reiterou que não tem nenhum vínculo com a Abin.

rsr/db/jc/aa

© Agence France-Presse

Deixe seu comentário

Só para assinantes