Pensilvânia, entre o ceticismo e a esperança para as eleições dos EUA

Às vésperas das eleições presidenciais dos Estados Unidos, a AFP visitou os chamados "estados-pêndulo", que determinarão, no dia 5 de novembro, qual dos dois candidatos, Kamala Harris ou Donald Trump, conquistará a Casa Branca. 

A economia, a democracia, o acesso a cuidados reprodutivos e a reputação dos Estados Unidos no exterior são algumas das questões que determinarão os votos dos cidadãos. Assim como seus temores pelo país. 

Veja, a seguir, as respostas de algumas pessoas entrevistadas:

. Melhorar a economia 

Steve Freysz, de 57 anos, é dono de uma pousada na cidade de Erie. 

Como republicano registrado, votou em Trump em 2016 e, depois de dissipar algumas dúvidas, voltou a fazê-lo em 2020. Este ano está indeciso, considerou votar em Harris ou então não votar. 

"Como proprietário de um negócio, tenho muito orgulho do meu trabalho.

Como empresário, a economia é um fator extremamente importante que me impacta. Minha grande preocupação com Joe Biden era se ele seria capaz de liderar o país por mais quatro anos. Me sinto mais seguro com Kamala quanto à sua capacidade para fazê-lo, mas ainda não sei o suficiente sobre ela. Apenas tento ver quem tem as melhores ideias para fazer a economia avançar e melhorá-la."

Questionado sobre os seus maiores receios para o país, ele respondeu: "Divisão. Não importa onde você está, em qual parte do país você está, há divisão. Algumas pessoas estão levando isso para outros níveis. Vimos isso em 6 de janeiro, há alguns anos. Trump parece determinado a se vingar. Há muita raiva. Votei em Nikki Haley (pré-candidata republicana) nas primárias por isso e, embora vote nos republicanos em outros cargos inferiores, não acho que posso votar em Trump no topo da lista".

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. "Pelo caminho errado"

Melissa Lunger, proprietária do Shakers, um bar na cidade de Corry, diz que perdeu as esperanças. 

"Estou com medo. Os Estados Unidos estão indo pelo caminho errado. Não estou inscrita no censo eleitoral, mas acho que procuro alguém que possa se levantar, recuperar nosso país e ajudar as pessoas. O que está acontecendo? Não tenho certeza. Acho que é terrível.

Não creio que o presidente tenha voz sobre o que está acontecendo. Não parece estar ajudando o país. Parece que estamos ajudando muitas outras pessoas e nosso povo aqui parece ter ficado de fora. Desta vez, se eu me inscrever (para votar), o que pode acontecer, optaria por Trump. 

Precisamos de alguém que tenha coragem, que tenha força para se levantar e dizer: 'Não gosto do rumo que os Estados Unidos estão tomando, quero consertar isso, é isso que podemos fazer e vamos fazer' e acho que ele é o indicado (...). Ele vai fazer e ninguém vai impedi-lo."

. "Votar em Harris" 

Don McCain, 76 anos, dirige a Perry Mill Supply Co, uma empresa com mais de 100 anos na cidade de Erie. Ele foi criado como republicano, mas teme o movimento MAGA que Trump reinventou após seu criador, Ronald Reagan. Ele agora é voluntário do Partido Democrata. 

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"Ainda há republicanos em quem eu poderia votar, mas agora voto quase exclusivamente nos democratas por causa do movimento MAGA na política estadual e local. Nunca poderia votar em Trump.

Achava que Trump venceria se concorresse contra Biden, por causa do receio das pessoas em relação à sua idade e saúde. Mas agora estou confiante de que Harris vencerá e espero que ela consiga manter o controle do Senado e da Câmara de Representantes. Antes de Biden desistir (da reeleição), eu ainda estava com ele porque acho que ele foi um bom presidente, mas esperava que os democratas tivessem alguém mais jovem. E agora eles têm."

adm/af/aa/ic

© Agence France-Presse

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