Israel ameaça responder a ataque com mísseis do Irã

Israel e Estados Unidos ameaçaram responder ao ataque lançado nesta terça-feira (1º) pelo Irã, que disparou cerca de 180 mísseis contra o território israelense para vingar o assassinato do chefe do movimento libanês Hezbollah e do líder do grupo islamista palestino Hamas.

O ataque iraniano, o segundo desse tipo em quase seis meses, "terá consequências", reagiu o porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari. "Temos planos e agiremos no local e momento que decidirmos", acrescentou.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, classificou o ataque iraniano como um "erro grave" e garantiu que Teerã "pagará" o preço da agressão. "Quem nos ataca, nós atacamos", enfatizou.

O porta-voz militar israelense, Daniel Hagari, adiantou na madrugada desta quarta-feira (noite de terça no Brasil) que a força aérea de seu país "continuará bombardeando fortemente o Oriente Médio". Pouco depois, o Exército anunciou que realizava bombardeios aéreos contra alvos do Hezbollah em Beirute.

Segundo uma fonte de segurança libanesa, o ataque ocorreu nos subúrbios ao sul da capital libanesa, onde o exército israelense havia pedido a saída da população.

Os Estados Unidos, que ajudaram seu aliado a "derrubar os mísseis" iranianos, afirmaram que querem "coordenar" com os israelenses uma resposta a seu arqui-inimigo Irã.

"Os Estados Unidos apoiam totalmente, totalmente, totalmente Israel", declarou o presidente Joe Biden.

O Conselho de Segurança da ONU se reunirá amanhã para discutir a escalada das hostilidades na região, cenário de uma guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza e de incursões israelenses contra o Hezbollah no Líbano.

- Trilhas luminosas -

Sirenes de alarme antiaéreo soaram nesta terça-feira em Israel, que fechou seu espaço aéreo durante o ataque, e dezenas de explosões foram ouvidas em Jerusalém. Os artefatos lançados pelo Irã eram visíveis por suas trilhas luminosas.

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O exército israelense interceptou um grande número de mísseis e afirmou que a República Islâmica disparou cerca de 180 projéteis contra o país.

A Guarda Revolucionária, o exército ideológico do Irã, afirmou que o ataque era uma resposta às mortes do chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, na semana passada, e do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em 31 de julho.

Em comunicado, os iranianos ameaçaram realizar "ataques devastadores" se Israel respondesse à ofensiva desta terça-feira. 

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, disse que o ataque de Teerã era "totalmente inaceitável" e instou "o mundo todo" a "condená-lo". 

Israel trava uma guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza em resposta ao ataque do grupo islamista palestino contra o sul de seu território em 7 de outubro de 2023.

O Exército israelense também combate o movimento libanês pró-iraniano Hezbollah, que abriu uma frente contra Israel em apoio ao Hamas.

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- Incursões no Líbano -

Tel Aviv também foi abalada nesta terça-feira por um ataque com armas automáticas ocorrido no bairro de Jaffa, o qual deixou seis mortos e nove feridos. O atentado foi realizado por dois indivíduos, que foram "neutralizados", indicou a polícia israelense.

Não é a primeira vez que o Irã ataca diretamente seu arqui-inimigo nos últimos meses. Em 13 de abril, Teerã disparou cerca de 350 drones explosivos e mísseis contra Israel, em resposta a um bombardeio mortal que atribuiu aos israelenses contra o consulado iraniano em Damasco, capital da Síria.

A maioria dos mísseis foi interceptada por Israel com a ajuda de países estrangeiros.

O ataque iraniano ocorreu no mesmo dia em que Israel anunciou operações militares terrestres contra o Hezbollah no sul do Líbano e após uma semana de intensos bombardeios contra o movimento islamista libanês, os quais deixaram centenas de mortos.

Pelo menos 55 pessoas morreram e 156 ficaram feridas no bombardeio israelense desta terça-feira em várias áreas do Líbano, informou o Ministério da Saúde libanês.

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Um funcionário da segurança israelense declarou que foram realizadas incursões de alcance limitado para "afastar as ameaças contra as comunidades civis do norte de Israel", alvo dos disparos do Hezbollah.

- Apelos por desescalada -

Os apelos internacionais por uma desescalada e para que se evite uma guerra regional se multiplicaram.

Mais de mil pessoas morreram no Líbano desde o recrudescimento da violência, segundo o Ministério da Saúde do país. 

Já o Centro de Crises Libanês afirmou, por sua vez, que mais de 240 mil pessoas, tanto sírios quanto libaneses, fugiram para a Síria desde 23 de setembro, quando os bombardeios israelenses contra o Líbano tiveram início.

Por outro lado, Israel prosseguia com sua ofensiva contra a Faixa de Gaza, iniciada após o ataque do Hamas em outubro do ano passado, que deixou 1.205 mortos, em sua maioria civis, segundo um levantamento da AFP baseado em cifras oficiais israelenses.

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A Defesa Civil palestina informou nesta terça-feira que 12 pessoas morreram em um bombardeio no campo de refugiados de Nuseirat, no centro de Gaza, e outras sete em um ataque contra uma escola que abrigava deslocados perto da Cidade de Gaza, no norte.

O Exército israelense informou que seus soldados dispararam contra dezenas de suspeitos, que consideraram uma ameaça aos militares enquanto eles se dirigiam para uma posição no território palestino.

Até o momento, a ofensiva israelense deixou mais de 41.600 mortos na Faixa de Gaza, em sua maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território palestino.

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© Agence France-Presse

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