Donald Trump vence eleição e retorna à presidência dos Estados Unidos

Donald Trump voltará à presidência dos Estados Unidos após vencer as eleições com um programa anti-imigração, protecionista na área comercial e contrário ao politicamente correto que provoca temores em muitos países.

O candidato republicano soma 276 votos no colégio eleitoral contra 219 da candidata democrata, a vice-presidente Kamala Harris, segundo resultados provisórios divulgados pela imprensa. Ele precisava de 270 para vencer a disputa.

Um triunfo extraordinário após uma campanha na qual ele foi alvo de duas tentativas de assassinato, quatro acusações e uma condenação criminal.

Como em 2016, sua vitória foi rápida. Ele venceu em dois dos sete estados-pêndulo, Geórgia e Carolina do Norte, seguidos pela Pensilvânia. Wisconsin encerrou a disputa e acabou com as esperanças de Harris.

"Fizemos história", proclamou Trump, 78 anos, aos seus eleitores em West Palm Beach, Flórida, ao lado da família, incluindo a esposa Melania.

"Vamos ajudar o nosso país a se curar. Temos um país que precisa de ajuda, e precisa com urgência. Vamos consertar as nossas fronteiras", afirmou.

Os mercados receberam a notícia com satisfação e o dólar operava em alta.

Durante a campanha, o republicano insistiu a seus apoiadores que vai expulsar os migrantes em situação irregular porque, segundo ele, "envenenam o sangue" do país. Ele chama estas pessoas de "terroristas", "estupradores", "selvagens" ou "animais" que saíram de "prisões e manicômios".

Ele prometeu reconquistar as cidades tomadas, segundo ele, por migrantes, e fechar a fronteira com o México para garantir que as pessoas não entrem mais sem visto. O dia da vitória será o da "libertação", afirmou.

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Nesta quarta-feira, Trump afirmou que eles poderão vir, mas apenas legalmente.

Tudo saiu do jeito que ele desejava porque, além de vencer as eleições presidenciais, o Partido Republicano, sob seu controle desde que entrou na vida política, retomou o controle do Senado dos democratas.

Trump já reivindicou a vitória inclusive no voto popular. Se este resultado for confirmado, esta seria a primeira vitória de um republicano no total de votos desde 2004.

E ele é o primeiro a conquistar um segundo mandato não consecutivo desde 1893.

- "Momento incrível" -

Com um estilo direto, sua mensagem tem impacto na classe trabalhadora e no mundo rural, desiludido com as elites de Washington.

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Seu retorno à Casa Branca provoca alegria a milhões de apoiadores do republicano, que usam o boné vermelho com seu slogan "Make America Great Again".

Perto do palco onde Trump pronunciou seu discurso, Ted Saranvis, 68 anos, não conseguiu conter a empolgação e começou a dançar. "Me sinto extraordinário. Esta é a maior história política americana", disse.

"É um momento incrível, não só para nosso país, mas para o mundo inteiro".

Mas outras pessoas não concordam com a avaliação.

"Agora estou com medo, estou ansiosa. Nem consigo mexer as pernas", disse Charlyn Anderson na Universidade Howard de Washington, tradicionalmente frequentada por estudantes negros, onde Kamala Harris se formou e pretendia fazer um discurso - que foi cancelado.

A vice-presidente, de 60 anos, teve apenas três meses para fazer campanha, depois que o presidente Joe Biden desistiu da reeleição em julho. 

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- Deportações -

Como será a segunda presidência de Trump, a partir de 20 de janeiro de 2025? 

O empresário já deu algumas dicas. Ele prometeu resolver a guerra na Ucrânia e os conflitos no Oriente Médio, mas sem explicar como.

Cético a respeito do clima, prometeu sair novamente do Acordo de Paris e perfurar petróleo "em grande escala".

No setor comercial, ele planeja impor tarifas para "trazer de volta" as empresas ao país. 

E parece especialmente preocupado com seu vizinho do sul. "Eu diria que o México é um tremendo desafio para nós, porque a China está construindo fábricas enormes de automóveis" no país e "vão vendê-los nos Estados Unidos", reclamou durante a campanha.

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"Tirar os cartéis de drogas do mercado" foi outra de suas promessas.

Ele é muito mais vago sobre o direito ao aborto, que foi severamente afetado por uma decisão dos juízes da Suprema Corte que ele se orgulha de ter nomeado.

- Musk e Kennedy -

Também preocupam suas ameaças ao que chama de "inimigo interno" e sua sede de vingança.

Muitos países, incluindo seus aliados, estão nervosos com o que pode fazer, mas o republicano já recebeu felicitações, começando por China, França e Israel. A Rússia afirmou que pretende julgar a presidência de Trump por suas "ações".

Poucos detalhes foram revelados sobre os futuros membros de seu governo, com duas exceções.

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Ele cogita atribuir um cargo na administração ao homem mais rico do mundo, Elon Musk, que fez campanha para ele, e outro a Robert F. Kennedy Jr, herdeiro do clã político mais famoso dos Estados Unidos e ativista antivacina, possivelmente na área de saúde.

O homem no comando da maior potência do mundo tem 78 anos e se tornará o presidente mais velho a tomar posse.

Ao contrário de Trump, que boicotou a cerimônia de posse de Joe Biden, o presidente democrata já se comprometeu a participar do evento em 2025 e, segundo seu porta-voz, com uma "transição pacífica do poder".

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© Agence France-Presse

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