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Oposição venezuelana pede atenção 'urgente' para asilados na embaixada argentina

6.dez.2023 - Líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, durante entrevista coletiva em Caracas Imagem: Federico Parra/AFP

Da AFP

04/12/2024 17h05

A líder opositora venezuelana, María Corina Machado, fez um "apelo urgente", nesta quarta-feira (4), para atender o que chamou de "um estado de sítio" na sede da embaixada da Argentina em Caracas, onde estão asilados seis de seus colaboradores.

"O regime transformou a residência diplomática em uma prisão, diante dos olhos do mundo, violando todos os acordos internacionais", denunciou no X Corina Machado, que está na clandestinidade.

Desde março, estão refugiados na sede diplomática seis opositores, acusados de "terrorismo", à espera de salvo-condutos para sair do país.

O pessoal da embaixada saiu quando o presidente venezuelano Nicolás Maduro rompeu relações com a Argentina, depois que o governo de Javier Milei não reconheceu sua reeleição, em julho. O Brasil, então, assumiu a custódia da embaixada.

Os refugiados, entre eles uma assessora próxima de Corina Machado, Magalli Meda, denunciaram que as autoridades cortaram, há dez dias, a energia elétrica e impuseram restrições para o abastecimento de água potável e alimentos.

"Fazemos um apelo urgente aos governos da Argentina e do Brasil para que respondam a esta situação com a gravidade que merece e dediquem todos os seus esforços para obter os salvo-condutos", pediu Corina Machado.

Os Estados Unidos também insistiram nos salvo-condutos.

Estas "táticas hostis (...) demonstram o desespero para se agarrar ao poder", escreveu na rede social X o escritório externo dos Estados Unidos para a Venezuela, que opera na Colômbia desde a ruptura das relações entre Caracas e Washington em 2019. 

Maduro foi proclamado o vencedor das eleições de 28 de julho, em meio a denúncias de fraude da oposição, que reivindica a vitória de seu candidato, Edmundo González Urrutia, exilado na Espanha após uma ordem de prisão contra ele.

O advogado dos seis opositores refugiados na embaixada, Tomás Arias, disse à AFP, que pediu à Cruz Vermelha e ao Núncio Apostólico, monsenhor Alberto Ortega, sua "intervenção" por "razões humanitárias".

"Estamos falando de serviços básicos, eletricidade, água [...] É uma forma de tortura", alegou Arias.

Segundo Corina Machado, mais de 20 agentes de segurança se dirigiram, na madrugada desta quarta-feira, para as imediações da embaixada.

"A presença dos funcionários, com atitude agressiva, incluiu intimidação e instruções relacionadas a uma eventual entrada na sede diplomática", afirmou a opositora.

Arias disse que não houve "nada formal" quanto aos avanços com os salvo-condutos, embora tenham sido cumpridas "todas as gestões diplomáticas".

"Desde o momento em que se refugiaram, pediram o status de asilados", afirmou o advogado.

Embora a Venezuela tenha revogado a permissão do Brasil como guardião da embaixada, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que continuaria defendendo os interesses da Argentina. 

erc/jt/db/mvv/rpr/jb/ic

© Agence France-Presse

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