Ministro projeta superávit de US$ 35 bilhões para balança comercial em 2016
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, manteve hoje (22) a projeção de superávit de US$ 35 bilhões para a balança comercial no ano que vem.
Em entrevista coletiva na qual falou também sobre as ações da pasta neste ano, Monteiro disse que espera aumento das exportações de manufaturados para o próximo ano, com o crescimento do setor automotivo "em decorrência dos acordos comerciais e da reorganização que as próprias empresas promovem na divisão de mercados".
O ministro ressaltou que não vislumbra a recuperação de preços das commodities minerais, mas acredita, entretanto, que o preço dos produtos agrícolas pode voltar a subir em 2016.
Ele disse que, para o próximo ano, o governo federal vai tratar a política industrial com foco no microeconomia e no aumento de produtividade das empresas. "Como ainda temos um processo de ajuste macroeconômico, vamos tratar a política industrial com o foco microeconômico."
De acordo com o ministro, as políticas industriais de última geração foram, de algum modo, sacrificadas pela situação macroeconômica desfavorável do país. "Há espaço para atuar nas empresas com melhoria e redefinição de processos e resultados que podem ser mensuráveis", disse o ministro, explicando que há possibilidade de essas empresas virem a se incorporar à base exportadora brasileira.
O objetivo é alcançar 3 mil empresas, escolhidas por critérios como tipologia, arranjos locais e porte, por meio de parcerias com entidades como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Segundo Monteiro, os setores de vestuário, moveleiro, metal-mecânico e de alimentos e bebidas têm mais potencial para ser alcançados por essa política por terem uma lacuna tecnológica e de produtividade maior.
Monteiro explicou que, com o programa, as empresas poderão financiar a renovação do parque industrial. Ele lembrou que a média de idade do parque fabril brasileiro é de 20 anos, enquanto no exterior é de seis a oito anos. "Não estamos falando de taxas de juros subsidiadas", ressaltou o ministro. "Nosso foco é em resultados com melhoria de processos e produtividade, não taxa bruta de capital. Será, na medida que as empresas aumentem o lucro e possam reinvestir."
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