Jandira Feghali diz que chances do governo contra o impeachment aumentaram
Apesar de o PMDB ter oficializado ontem (29) sua saída do governo, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), integrante da comissão especial do impeachment, acredita que as chances de derrotar a tentativa de impedimento da presidenta Dilma Rousseff no plenário da Câmara aumentaram. A deputada fez a avaliação em entrevista ao programa Espaço Público, da TV Brasil.
"Estamos em um momento de redução de negatividade e aumento de perspectiva de vitória. Porque essa articulação que tem no centro o [vice-presidente] Michel Temer, está, na impressão que me dá, fazendo água", disse a deputada.
Não precisamos ter maioria, eles que precisam colocar 342 [votos]", acrescentou, referindo-se ao número de votos necessários para que os deputados consigam aprovar o impedimento da presidenta.
Para Jandira, a reunião na qual o PMDB decidiu por aclamação desembarcar do governo demonstra uma cisão interna, devido à ausência de lideranças importantes do partido. "Foi um encontro absolutamente esvaziado, as principais lideranças do PMDB não foram". O presidente do partido, vice-presidente da República Michel Temer; o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e ministros peemedebistas não participam da reunião.
"A proposta de desembarque do PMDB do governo parece que não conta com o apoio de todos os ministros. Então, é uma situação em que todos anunciavam que o desembarque do PMDB levaria todo mundo, todo mundo abandonaria o governo, e o que a gente vê é o contrário, o próprio PMDB se dividindo, e os outros partidos se reorganizando no sentido de sustentar uma nova politica no novo governo."
Uma das mais proativas defensoras do mandato de Dilma no Congresso, Jandira voltou a afirmar que não há crime de responsabilidade contra a presidenta e que, por isso, não se trata de defender o governo, mas a democracia. Segundo a deputada, afastar a presidenta sem comprovação de crime fere a Constituição.
Para Jandira, a aposta da oposição no impeachment por meio da retórica contra a corrupção é perigosa, porque criminaliza a política de forma generalizada. "Não se trata mais, mesmo na sociedade, da defesa ou não de Dilma. É uma defesa do Estado Democrático de Direito. Porque fora do parâmetro constitucional, onde nós vamos parar? É uma irresponsabilidade o que estão fazendo", criticou.
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