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Brasil quer promover comércio entre Mercosul e Sudeste Asiático

José Romildo - Repórter da Agência Brasil

30/08/2017 13h33

O Brasil tem desempenhado um papel importante na aproximação das regiões sul da América do Sul e do Sudeste asiático, com o comprometimento em fortalecer relações entre o Mercosul e a Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). As declarações foram feitas pelo secretário-geral do Itamaraty, embaixador Marcos Galvão, em solenidade realizada na noite desta terça-feira (29), na sede da embaixada da Tailândia, em Brasília, para comemorar os 50 anos da associação. A Asean é formada por dez países (Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura, Tailândia, Brunei, Myanmar, Camboja, Laos e Vietnã), com população total de 620 milhões de habitantes. O Mercosul, bloco que reúne Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, "é um parceiro natural para a associação, não só porque os dois projetos de integração são os mais importantes em suas regiões, mas também porque têm a mesma posição em relação a diversos pontos da agenda internacional, como a promoção do desenvolvimento sustentável e o foco no comércio como ferramenta importante para o desenvolvimento e a integração", disse o diplomata brasileiro. O presidente do comitê da Asean, em Brasília, embaixador da Tailândia, Surasak Suparat, lembrou que a economia asiática continua em crescimento forte. "A Asean serviu como um motor que impulsionou a economia global", disse. Surasak Suparat fez um apelo para que o Brasil considere o grande potencial e oportunidades que a Asean pode oferecer, que inclui "comércio, investimentos, desenvolvimento de infraestrutura, transferência de tecnologia, educação e turismo". De acordo com o embaixador da Tailândia, a Asean está totalmente empenhada em proporcionar um excelente ambiente de investimentos para todos os negócios. "Estamos prontos para sermos uma plataforma de maior envolvimento econômico entre o Brasil e a Asean", disse Surasak Suparat. O secretário-geral do Itamaraty lembrou que a Asean é o segundo maior parceiro comercial do Brasil na Ásia, com fluxo de comércio bilateral superior a US$ 16,5 bilhões. "Os investimentos [entre Brasil e a Asean] são florescentes e, para as comunidades empresariais do Sudeste Asiático e da América do Sul, a distância que separa ambas as regiões foi reduzida por oportunidades de investimentos excepcionais em ambos os lados do Pacífico", afirmou Marcos Galvão. Prioridade Segundo Marcos Galvão, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, depois de acompanhar o presidente Michel Temer em sua visita à China para a reunião de cúpula dos países do Brics, visitará também, entre 3 e 11 de setembro, três países da região (Malásia, Cingapura e Vietnã). De acordo com Galvão, em consonância com a "crescente prioridade" que o Brasil vem dando à região, Aloysio Nunes também vai convocar, em Cingapura, uma reunião com chefes de missões brasileiras na Ásia visando a intensificar o comércio com os países asiáticos. O professor emérito de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), padre José Carlos Brandi Aleixo, ressaltou que, tanto do ponto de vista do comércio, como também das relações políticas e culturais, o crescimento de negócios entre o Mercosul e a Asean será muito benéfico para o Brasil. "Se o Brasil aproveitar bem essa relação, poderá tirar muito proveito dessa integração", disse Aleixo, numa referência ao fato de que as exportações podem ser feitas para dez países e não apenas para um país, como no caso das negociações bilaterais.