Chanceler chinês diz que haverá boas notícias para o Brasil na visita de Temer
O chanceler chinês, Wang Yi - Foto Ana Cristina Campos/Agência Brasil
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse hoje (30) que o governo chinês terá "boas notícias" para o Brasil durante a visita de Estado do presidente Michel Temer ao país asiático. Ele deu a declaração ao ser perguntado sobre os investimentos brasileiros que Temer apresentará às autoridades e aos empresários chineses. "Em todas as áreas, incluindo o setor econômico, haverá resultados frutíferos que injetarão novo ímpeto à parceria estratégica entre o Brasil e a China. Tenho certeza de que a visita será um sucesso e teremos boas notícias para o Brasil", disse Wang Yi, em entrevista coletiva sobre a 9ª Cúpula do Brics, grupo que reúne o Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul, entre 3 e 5 de setembro na cidade chinesa de Xiamen. Em relação à situação interna do Brasil, o ministro chinês disse que o país é uma economia emergente que vai superar as dificuldades. "O Brasil está enfrentando algumas dificuldades domésticas temporárias, mas estamos confiantes de que haverá consenso e esforços para superar essas dificuldades. A vitalidade do Brasil será reenergizada", afirmou o ministro. E completou: "A China espera e acredita que, no cenário internacional, o Brasil vai desempenhar seu papel". Antes de participar da cúpula do Brics, Temer apresentará na sexta-feira (1º) aos principais líderes chineses o pacote de concessões e privatizações de aeroportos, portos, rodovias e linhas de transmissão lançado na semana passada pelo governo, que inclui a venda de parte da Eletrobras. No sábado (2), Temer vai participar do Seminário Empresarial Brasil-China, organizado pela Apex-Brasil, que reunirá empresários chineses que já investem ou têm interesse em investir no Brasil. Relação China-Índia O chanceler chinês também comentou a saída, no início da semana, de tropas indianas de uma área em disputa entre a China e a Índia, em uma região fronteiriça montanhosa conhecida como Doklam, que é motivo de tensão para a relação bilateral. "A questão da fronteira [em Doklam] já foi acertada entre China e Índia". Ele reconheceu que há problemas na interação entre os dois vizinhos, mas que os países estão trabalhando para superar as diferenças. "Há imenso espaço e potencial para maior cooperação entre China e Índia", disse Wang Yi. Cooperação Sul-Sul Este ano, a China, que ocupa a presidência rotativa do bloco, convidou para a cúpula em Xiamen os presidentes do México, da Tailândia, Guiné, do Tajiquistão e Egito para participar de uma sessão intitulada "Diálogo das Economias de Mercados Emergentes e dos Países em Desenvolvimento". Em anos anteriores, o país anfitrião da cúpula convidou apenas os líderes dos países da sua região. O chanceler chinês explicou que a ideia de chamar nações de diferentes continentes é reforçar a cooperação Sul-Sul em temas como governança global e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. "O Brics não é um clube fechado. O propósito é fortalecer a cooperação, o que ajuda a aumentar a influência global do grupo", disse. *A repórter viajou a convite do Centro de Imprensa China-América Latina e Caribe
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