Operadoras de planos de saúde repassaram R$ 459 milhões ao SUS até outubro
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) arrecadou R$ 458,81 milhões das operadoras de planos de saúde até outubro e repassou ao Sistema Único de Saúde (SUS) pelo ressarcimento por uso da rede pública. O montante é 46% superior que o repassado no mesmo período do ano passado (R$ 315,54 milhões até outubro) e o maior desde a criação da agência reguladora, em 2000. O número foi divulgado hoje (20) no Boletim Informativo semestral da ANS e, segundo diretor de Desenvolvimento Setorial da agência, Rodrigo Aguiar, deve superar os R$ 500 milhões até o fim do ano. As operadoras têm de ressarcir o SUS quando usuários de planos de saúde são atendidos na rede pública em procedimentos cobertos pelos convênios. SUS recebe ressarcimento quando atende usuários de planos de saúde
"Toda vez que um beneficiário acessa a rede do sistema público para utilização ou realização de algum procedimento, isso gera um registro, que é encaminhado à ANS algum tempo depois. A gente tem uma defasagem natural de um ano e meio, dois anos", explicou o diretor da agência. Segundo Aguiar, apesar do aumento do repasse, o montante é muito inferior ao total que deveria ser ressarcido, calculado com base no número de atendimentos identificados. "A operadora sempre pode recorrer, pode inclusive acionar judicialmente para evitar o pagamento, depositando em juízo, o que acaba gerando uma diferença importante entre o cobrado e o efetivamente arrecadado". Até outubro, foram notificados 852.089 atendimentos de usuários de planos de saúde no SUS, cujo valor alcança R$ 1,1 bilhão. No ano passado, foram notificados 577.194 atendimentos, que custaram R$ 894 milhões. Identificação A ANS tem duas formas de identificação de procedimentos utilizados por beneficiários de planos de saúde no SUS: a Autorização de Internação Hospitalar (AIH), para procedimentos de maior valor, como transplantes, tratamentos com cirurgias múltiplas e partos; e a Autorização de Procedimento Ambulatorial (APAC), que registra hemodiálises, radioterapia, quimioterapia, entre outros. O não pagamento do ressarcimento que for comprovadamente devido pela operadora resulta em sua inscrição em dívida ativa e no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal, bem como a cobrança judicial. Em 2017, foram encaminhados R$ 137,07 milhões para inscrição em dívida ativa.
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