Trump adotou estilo nos negócios na política, dizem analistas
Na Presidência dos Estados Unidos há um ano e três meses, Donald Trump tem um estilo próprio que gera críticas e elogios. É apontado como um homem temperamental e de rupturas. Para especialistas, Trump transferiu para a política o modus operandi (modo de operar) que mantinha e o fez bem-sucedido no mundo empresarial. A Agência Brasil ouviu especialistas sobre o "estilo Trump" de fazer política externa.
Arlene Tickner, professora de Relações Internacionais da Universidade de Rosario (Colômbia), afirmou que a fama de bom negociador ajudou Trump a se eleger. Segundo ela, ter a imagem associada a "alguém que consegue fazer acordos" e que atua pragmaticamente constrói a reputação de quem "realiza objetivos como resultado". "A estratégia por trás da fama consiste em fazer ofertas ou exigências absurdas, para manipular as negociações desde o começo a fim de forçar acordos que beneficiem seus próprios interesses, e agora supostamente, os interesses dos Estados Unidos", afirmou Arlene Tickner, que é norte-americana. Para o economista e consultor brasileiro Carlo Barbieri, que vive na Flórida (EUA), Trump se mostra como um "bom jogador" ao dar cartas que, por vezes, "confunde" o adversário. "Ele joga duro em um primeiro momento e, depois cede", afirmou o brasileiro, dono da consultoria Oxford, especializada em internalização de negócios, em Miami (EUA).
Arlene Tickner, contudo, observa que na política externa o que funciona para o setor privado nem sempre é o que funciona para a política. "Parece complicado começar uma negociação com uma postura absurda e, não razoável", afirmou a professora. "Posições agressivas em excesso tendem a dissolver a credibilidade." Aço
Trump é observado também como radicaliza para depois, flexibilizar. Em março, ele decidiu sobretaxar as importações de aço de outros países para os Estados Unidos. A decisão foi apontada como um catalizador de eventual tensão comercial com a China.
A tributação adicional de 25% para a aço, e de 10% para o alumínio importados pelos Estados Unidos foi primeiramente anunciada para todos os mercados, mas depois o governo Trump começou a flexibilizar a medida, deixando alguns mercados isentos até primeiro de maio, como o Brasil, Canadá, México, Coreia do Sul, Argentina e integrantes da União Europeia (bloco que reúne 28 países). Neste período, o governo americano quer negociar acordos bilaterais específicos. Para Carlo Babieri, a estratégia de Trump funciona bem no que se refere à revisão de acordos que, em alguns casos desequilibravam a balança comercial norte-americana. "Obviamente, o jeito que Trump age não parece agradável, e a maneira como ele defende seus pontos de vista incomoda. Mas ele trouxe isso dos negócios e, nesta base do blefe, ele acaba fazendo valer seus pontos de vista", ponderou Barbieri.
Coreia do Norte Há, ainda, o exemplo do impasse com a Coreia do Norte. Em junho, está previsto um histórico encontro bilateral de Trump com o líder norte-coreano, Kim Jong-un. "Quando Trump ameaçou destruir a Coreia do Norte e trocou xingamentos com Kim Jong-un, o mundo inteiro ficou com medo, mas depois desta postura inflexível, há a possibilidade de um diálogo histórico", afirmou Carlo Barbieri. "Em um mundo onde a política anda desacreditada, que depende em grande medida de preceitos de economia, muitas vezes um caminho que parece torto, pode trazer algo positivo. Depende do ponto de vista que você olha". Arlene Tickner disse que isso não é fruto de uma "mágica" de Trump, mas o fato de a Coreia do Norte estar "um passo à frente" do presidente norte-americano. Segundo ela, o recuo de Trump foi motivado pela pressão do governo da China que evita qualquer possibilidade de embates com o país vizinho.
Arlene Tickner, professora de Relações Internacionais da Universidade de Rosario (Colômbia), afirmou que a fama de bom negociador ajudou Trump a se eleger. Segundo ela, ter a imagem associada a "alguém que consegue fazer acordos" e que atua pragmaticamente constrói a reputação de quem "realiza objetivos como resultado". "A estratégia por trás da fama consiste em fazer ofertas ou exigências absurdas, para manipular as negociações desde o começo a fim de forçar acordos que beneficiem seus próprios interesses, e agora supostamente, os interesses dos Estados Unidos", afirmou Arlene Tickner, que é norte-americana. Para o economista e consultor brasileiro Carlo Barbieri, que vive na Flórida (EUA), Trump se mostra como um "bom jogador" ao dar cartas que, por vezes, "confunde" o adversário. "Ele joga duro em um primeiro momento e, depois cede", afirmou o brasileiro, dono da consultoria Oxford, especializada em internalização de negócios, em Miami (EUA).
Arlene Tickner, contudo, observa que na política externa o que funciona para o setor privado nem sempre é o que funciona para a política. "Parece complicado começar uma negociação com uma postura absurda e, não razoável", afirmou a professora. "Posições agressivas em excesso tendem a dissolver a credibilidade." Aço
Trump é observado também como radicaliza para depois, flexibilizar. Em março, ele decidiu sobretaxar as importações de aço de outros países para os Estados Unidos. A decisão foi apontada como um catalizador de eventual tensão comercial com a China.
A tributação adicional de 25% para a aço, e de 10% para o alumínio importados pelos Estados Unidos foi primeiramente anunciada para todos os mercados, mas depois o governo Trump começou a flexibilizar a medida, deixando alguns mercados isentos até primeiro de maio, como o Brasil, Canadá, México, Coreia do Sul, Argentina e integrantes da União Europeia (bloco que reúne 28 países). Neste período, o governo americano quer negociar acordos bilaterais específicos. Para Carlo Babieri, a estratégia de Trump funciona bem no que se refere à revisão de acordos que, em alguns casos desequilibravam a balança comercial norte-americana. "Obviamente, o jeito que Trump age não parece agradável, e a maneira como ele defende seus pontos de vista incomoda. Mas ele trouxe isso dos negócios e, nesta base do blefe, ele acaba fazendo valer seus pontos de vista", ponderou Barbieri.
Coreia do Norte Há, ainda, o exemplo do impasse com a Coreia do Norte. Em junho, está previsto um histórico encontro bilateral de Trump com o líder norte-coreano, Kim Jong-un. "Quando Trump ameaçou destruir a Coreia do Norte e trocou xingamentos com Kim Jong-un, o mundo inteiro ficou com medo, mas depois desta postura inflexível, há a possibilidade de um diálogo histórico", afirmou Carlo Barbieri. "Em um mundo onde a política anda desacreditada, que depende em grande medida de preceitos de economia, muitas vezes um caminho que parece torto, pode trazer algo positivo. Depende do ponto de vista que você olha". Arlene Tickner disse que isso não é fruto de uma "mágica" de Trump, mas o fato de a Coreia do Norte estar "um passo à frente" do presidente norte-americano. Segundo ela, o recuo de Trump foi motivado pela pressão do governo da China que evita qualquer possibilidade de embates com o país vizinho.
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