Crianças separadas dos pais querem ficar nos EUA, diz Aloysio Nunes
O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, disse hoje (6) que todas as crianças com quem conversou, durante visitas aos abrigos para menores separados das famílias em Chicago, querem ficar nos Estados Unidos. "Quase todos, se não todos, querem ficar nos Estados Unidos", disse o ministro e completou: "agora, querem, sobretudo, de imediato, a unificação da família". Ontem, o ministro visitou dois abrigos em Chicago, onde está a maioria das crianças brasileiras que foram separadas dos pais depois de terem cruzado a fronteira entre o México e os Estados Unidos. Um dos locais visitados abrigava sete crianças e outro 21 - agora o número é de 20, já que um dos meninos foi entregue à mãe na tarde desta quinta-feira (5) por ordem da Justiça norte-americana. Atualmente, há 55 menores brasileiros separados de suas famílias. O número havia diminuído para 54 com o reencontro de ontem, mas cresceu novamente depois que o governo recebeu informação de uma nova menina separada da família que está em um abrigo em Nova York. Segundo o ministro, a condição em que as crianças vivem nos abrigos é "muito boa, do ponto de vista material e mesmo do ponto de vista psicológico", já que elas "visitam museus, vão ao cinema, praticam esportes, são muito bem atendidas, estudam". Segundo o ministro, a única queixa é com a comida, já que "falta o tempero brasileiro". Ainda assim, Nunes fez a ressalva de que todas estão ansiosas para voltar a encontrar seus pais, contam com precisão o número de dias passados nos abrigos, e a condição "evidentemente é muito boa dentro da limitação de privação, e uma privação cruel a que eles estão submetidos". Aloysio Nunes disse que os consulados têm prestado assistência jurídica consultiva às famílias e que as ações do governo brasileiro, no momento, têm sido para que a ordem da Justiça norte-americana, de que crianças menores de 5 anos sejam entregues aos pais até a próxima terça-feira (10), e as outras até o dia 26 de julho, seja cumprida pelo governo norte-americano dentro do prazo. Segundo o ministro dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha, que também visitou os abrigos, "o que de fato não se sabe, inclusive o corpo jurídico responsável pelo acompanhamento desses processos não sabe dizer, é como essa ordem vai ser cumprida". A separação das famílias é consequência da política de tolerância zero com a imigração ilegal promovida pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desde maio.
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