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Emissões globais de CO² atingem o maior número da história em 2018

Para este ano, os cientistas avaliam que a concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera pode chegar a 407 partes por milhão (ppm) em média, o que representa um aumento de 2,3 ppm em relação ao ano passado - Fábio Vieira/FotoRua
Para este ano, os cientistas avaliam que a concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera pode chegar a 407 partes por milhão (ppm) em média, o que representa um aumento de 2,3 ppm em relação ao ano passado Imagem: Fábio Vieira/FotoRua

05/12/2018 16h01

As emissões globais de carbono devem crescer quase 3% em 2018, segundo projeções de pesquisadores do Global Carbon Project. O estudo aponta que as emissões de todas as atividades humanas podem atingir até o fim deste ano o volume de 41,5 bilhões de toneladas, sendo que 37,1 bilhões de toneladas são emitidas pela queima de combustíveis fósseis.

No ano passado, o crescimento registrado em relação a 2016 foi de 1,6%. O aumento deste ano encerra um ciclo de crescimentos abaixo de 2%, observados de 2014 a 2016. A constatação foi divulgada nesta quarta-feira (5) durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, na Polônia.

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Para este ano, os cientistas avaliam que a concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera pode chegar a 407 partes por milhão (ppm) em média, o que representa um aumento de 2,3 ppm em relação ao ano passado. O volume está 45% acima dos níveis pré-industriais, segundo o estudo.

O aumento é considerado o maior da história e foi impulsionado pelo uso de carvão por dois anos seguidos. O uso de carvão como combustível teve alta histórica em 2013 e, nos últimos anos, tem sido substituído por gás, energia eólica e solar em alguns países.

Apesar do crescimento médio anual de 15% do uso de energia renovável no mundo, a pesquisa mostra que o aumento no consumo de energia que emite carbono ainda é superior às iniciativas de descarbonização. O levantamento detectou aumento das emissões do transporte e que o uso de petróleo está crescendo na maioria das regiões, incluindo Estados Unidos e a Europa.

Os pesquisadores perceberam, entretanto, uma tendência crescente de mudança de fonte energética. Em 19 países as emissões caíram de 2008 a 2017 e as economias cresceram. Este resultado foi encontrado em Aruba, Barbados, República Tcheca, Dinamarca, França, Groenlândia, Islândia, Irlanda, Malta, Holanda, Romênia, Eslováquia, Eslovênia, Suécia, Suíça, Trinidad e Tobago, Reino Unido, EUA e Uzbequistão.

A coordenadora da pesquisa, Corinne Le Quéré, diretora do Centro Tyndall de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas e professora de Ciência e Política de Mudanças Climáticas da universidade britânica de East Anglia, alerta que as emissões de CO2 precisam diminuir em 20% até 2030 e zerar por volta de 2075 para que seja alcançada a meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global até 2ºC.

Se considerar a meta mais ousada de 1,5ºC, a pesquisadora sugere que as emissões devem diminuir pela metade até 2030 e serem eliminadas até 2050.

"Estamos vendo um forte crescimento das emissões globais de CO2 novamente. O pico nas emissões globais de CO2 ainda não está à vista, mas as tendências de energia estão mudando rapidamente. Este ano, vimos como as alterações climáticas podem ampliar os impactos das ondas de calor em todo o mundo. Os incêndios florestais na Califórnia são apenas um exemplo dos impactos crescentes que enfrentamos se não reduzirmos as emissões rapidamente", comentou Corinne.