Perícia começa 16 horas após acidente com cinegrafista
Somente 16 horas e meia depois de o cinegrafista Santiago Andrade ser atingido na cabeça por um artefato ainda não identificado, agentes da 17ª Delegacia de Polícia, em São Cristóvão, zona norte do Rio de Janeiro, e do esquadrão antibombas da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) fizeram a perícia na calçada da Central do Brasil. O local fica na frente da sede da Secretaria de Estado de Segurança, do Comando Militar do Leste, da estação de trens Central do Brasil e ao lado de um quartel da Guarda Municipal.
A calçada fica na avenida Presidente Vargas, uma das principais da cidade, onde a movimentação é intensa durante todo o dia. Ainda assim, o espaço não foi isolado e pessoas desavisadas passavam por cima dos resquícios do acidente. Mesmo com uma poça de sangue seco e após a colocação de placas numéricas para identificação dos fragmentos, os mais distraídos só se davam conta na base do grito: "Não passa aí, estamos analisando as provas", diziam os policiais.
O delegado responsável pelo caso, Maurício Luciano de Almeida e Silva, solicitou à "Rede Bandeirantes" as imagens da câmera que Andrade usava no momento que foi atingido. Silva também pedirá as imagens das câmeras de trânsito da região e de um fotógrafo que registrou a pessoa que levava o artefato de costas. O delegado também quer colher o depoimento da jornalista que estava com Andrade e de outras pessoas que estavam no conflito.
Veja o momento em que o cinegrafista é atingido
Diversos vídeos na internet mostram o momento em o cinegrafista foi atingido pelas costas por um artefato que estava no chão, perto de uma árvore a cerca de cinco metros de onde Andrade filmava o confronto entre policiais e manifestantes.
O chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, pediu que cinegrafistas e fotógrafos enviem as imagens para o delegado Maurício Luciano. O esquadrão antibombas analisará as imagens que mostram a dispersão dos gases, a amplitude do clarão e os fragmentos para definir o tipo de artefato.
Durante a perícia, os policiais recolheram provas técnicas para estabelecer o local exato onde Andrade estava quando foi atingido e definir o trajeto percorrido pelo rojão até atingir o cinegrafista. "Vamos buscar todas as imagens que retratem o ângulo onde o artefato estava e, a partir de então, definir a localização de manifestantes, policiais e mascarados".
As roupas que Andrade usava foram solicitadas para colher fragmentos do material e definir o tipo de artefato utilizado. O delegado Silva ainda vai ouvir pessoas que disseram que estavam no local, como o comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar, em São Cristóvão, na zona norte, jornalistas, cinegrafistas e fotógrafos. A previsão para conclusão do laudo não foi informada.
Feridos e detidos
Andrade foi atingido na cabeça, entre a orelha esquerda e a câmera. Ele teve afundamento de crânio e um corte na orelha e permanece em estado gravíssimo no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro.
Além do cinegrafista, outras seis pessoas ficaram feridas durante o confronto, mas nenhuma com gravidade. Trinta e duas pessoas foram detidas e liberadas após assinar um termo circunstanciado para responder em liberdade.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.