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Goiânia recolhe ônibus e fecha terminais nesta noite

Em Goiânia

16/05/2014 20h56

Foram recolhidos na noite desta sexta-feira (16) todos os ônibus que operam na região metropolitana de Goiânia. Dezessete terminais de integração também foram fechados. Foi o desfecho de um dia de muito tumulto, quebra-quebra, depredações de 32 ônibus, saques em guichês e outros equipamentos dentro de vários terminais de ônibus, com 17 prisões de manifestantes.

A população ficará sem ônibus durante o restante da noite desta sexta até por volta de 7h deste sábado (17) para evitar mais depredações e saques nos terminais, segundo justificaram as autoridades do setor.

A suspensão do serviço começou na quinta-feira (15) com um protesto de motoristas insatisfeitos com a negociação da data-base da categoria. Hoje descambou em manifestação popular, especialmente de jovens usuários do sistema. De 272 linhas de ônibus da Grande Goiânia, 131 foram afetadas total ou parcialmente.

As pessoas ficaram revoltadas com a falta de circulação dos veículos e ampliaram a depredação que teria sido iniciada pelos motoristas. Parte da categoria amanheceu fechando a principal garagem da área sul do sistema e paralisando o terminal Bandeiras. Na sequência, houve um efeito cascata de paralisações e manifestações nos demais terminais atingidos pelo protesto.

A Tropa de Choque saiu pelos terminais e ruas próximos tentando conter a onda de vandalismo. Bombas de efeito moral e balas de borracha foram disparadas. O comércio vizinho precisou fechar as portas. Usuários tiveram de caminhar horas e ficaram sem saber como retornariam para casa depois do trabalho.

À noite, o Setransp (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo) divulgou uma nota pelas emissoras de televisão informando que espera que os órgãos de segurança pública consigam garantir o trabalho de motoristas que quiserem operar no sábado. Também informou que recorreu à Justiça do Trabalho para garantir o serviço.

Multa

Conforme divulgado pela TV Anhanguera, houve hoje decisão judicial determinando multa de R$ 50 mil para cada diretor do Sindicoletivo (Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Goiânia e Região Metropolitana) que se aproximar dos terminais de ônibus.

O Sindicoletivo é uma dissidência de motoristas que discordam da negociação salarial conduzida pelo Sindittransporte (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Goiás) e o Setransp. A negociação culminou com 7% de reajuste, contra os 15% pretendidos pelos dissidentes. O acordo entre o Sindittransporte e o Setransp elevou o salário dos motoristas em R$ 101, passando de R$ 1.445 para R$ 1.546, com R$ 60 a mais para vale-alimentação.