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"Falar em R$ 30 milhões para caixa 2 de campanha é estapafúrdio", diz Pezão

Governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB) - Ivo Gonzalez/Agência O Globo
Governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB) Imagem: Ivo Gonzalez/Agência O Globo

Do Rio

12/03/2015 16h17

O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB)disse na tarde desta quinta-feira, 12, que respeita a decisão da Procuradoria Geral da República de pedir abertura de inquérito no Superior Tribunal de Justiça (STF) para investigar possível participação no esquema de corrupção da Petrobras e classificou como "estapafúrdio" o depoimento do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa.

Em delação premiada, Costa disse que arrecadou R$ 30 milhões de empresas do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em 2010, para caixa 2 da campanha de reeleição do então governador Sérgio Cabral (PMDB), de quem Pezão era vice. O ex-diretor disse acertou o pagamento com Cabral, Pezão e o então chefe da Casa Civil do Estado, Regis Fichtner.

Os três negam a existência desta conversa. Pezão e Cabral negam ter usado na campanha recursos não declarados à Justiça.

"Estou à disposição da Justiça, só quero ser ouvido. É preciso ver como foi dada essa declaração [de Paulo Roberto Costa]. Eu era vice do Sérgio, ele (Costa) fala que eu participei de uma conversa que nunca existiu. Nós três não tivemos essa conversa. Falar em R$ 30 milhões para caixa 2 de campanha é estapafúrdio", reclamou Pezão.

O governador reiterou que cabe ao delator apresentar provas e garantiu que Costa não terá como atestar o que disse. "Isso é uma coisa muito vaga. Dizer que pagou sem dizer quando foi, como foi, para quem foi. Tenho a consciência tranquila de que nunca tivemos essa conversa. Não teve caixa 2, a campanha inteira não custou R$ 30 milhões", afirmou.

Pezão disse estar certo de que a investigação vai mostrar que a acusação "é falsa".

"As empresas vão ser ouvidas. Meu sigilo está à disposição, só tenho uma conta bancária. Minha declaração de bens é pública", disse. O governador informou que ainda não sabe como será a estratégia da defesa e que conversará com Sérgio Cabral sobre o assunto. Uma das possibilidades é que o governador, o antecessor e o ex-chefe da Casa Civil tenham uma defesa conjunta. "Vou ver com o Sérgio como vai ser. Na eleição de 2010, ele era o candidato a governador, eu era o vice. Vamos ver se haverá um advogado para cada um", afirmou.

Pezão reiterou estar "muito tranquilo" com a investigação, apesar da insatisfação com o fato de não ter sido ouvido até agora e só saber do envolvimento de seu nome pelo noticiário.